Olha Eu, Aqui, Gente!
Escambo Socrático
Escrever, é sentir-se mendigo sentado em banco de praça de largo de igreja e alheio à tudo, esmigalhar os nacos de pão velho pedidos de porta em porta, cuja finalidade é distribuir as migalhas para pombos e pardais.
Escritor e mendigo visionário trocam o que não possuem, pela valiosa insignificância humana.
Aí, cumprindo sua sina de esmigalhar palavras velhas em novas verdades, o escritor escreveu: "Desonestidade e corrupção no Brasil é joia feita com badulaques e quinquilharias tão comuns, que todo pescoço, pulsos, dedos e cabeça esmeram em mostrá-las. Raro é encontrar uma agulha forjada de ouro, fora do palheiro".
E berrou para os bandos de pombos e pardais que voavam atabalhoados, com asas caídas: "olha, Eu aqui, gente! Nenhum de vocês são tão cegos, a ponto de perderem a localização geográfica, ninho o qual chocam suas crias e filhotes. Olha, Eu aqui, gente! "
P.S.: iniciando a manhã Rock'roll, alvoroço de Maritacas nos galhos das frondosas copas de árvores, ventos em céu de nuvens ofuscadas, chuva serena nas campinas e colinas e Minstrel in the Gallery do Jetro Tull nas caixas. Sossego e harmonia para meus tímpanos e sentidos.
Racha, Dinha?
Queiroz adora uma boladinha de dinheiro; Eu, na condição de macho vira-lata, uma sonora racha, Dinha!?
No entanto, no fundo, no fundo, socado lá no fundinho, por sermos de mesma nacionalidade, fora a hipocrisia, curtimos as mesmas coisas.
Fazemos de tudo, para sermos presos e morrermos ricos, e os filhos, netinhos e bisnetinhos esbaldarem com o herdado, certo Queiroz. É isso mesmo, Lula?