O Conto do Álcool Gel
Em uma das caminhadas matutinas e expondo-me aos mansos raios solares, sintetizadores da vitaminha "D" no corpo e auxílio na calcificação dos ossos, ouço estridentes grunhidos de porco. Os ecos ribombavam longe, fazendo as montanhas tremularem. Corri para saber do que se tratava tal histéria.
Para surpresa de minhas vistas, eram dois olhos e duas mãos aos abraços com o animal, enquanto outras duas mãos e olhos, espetavam-lhe o coração, com uma faca afiada cega e surda. Como não bastasse, friamente, outras duas mãos fotografava e faziam selfies de si e da cena. Terminada o espetáculo, assearam a casa e as mãos cobertas com sangue talhado, com álcool gel.
Alimentada a curiosidade que em nada acrescentou aos meus dias, Eu prossegui na trilha pensando: a imaginação sempre me trazendo contos imprevisíveis que jamais se tornarão realidade. Deveras, a vida é feita de fantasias e devaneios!
Enquanto não sumirem, extirparem a palavra ignorância dos dicionários e pesquisas rápidas no Google, as trevas continuarão assombrando a higiene humana.
A frieza de solidariedade e a falta fraternismo do coração, é a morte por parada cardíaca dos vivos. E não há álcool gel e isolamento que dê jeito.