Imortalidade de Pássaro
Provavelmente eu não morra como morrem meus semelhantes, mas se porventura eu morrer, ficarei universalizado em meus versos gorjeados, obras máximas paridas em noites aterradoras, sob berros roucos de trovões em céu flamejado por relâmpagos, pelo meu parto normal e solitário.
No dia de meu nascimento, ninguém mais a não ser eu, veio habitar a Terra; pois os anos, as décadas vindouras e os voos cosmopolitas serão representados no meu livro de poemas. E obviamente, ninguém pode assiná-lo por mim, a não ser eu.