Neste Natal...
Quando criei coragem e amor próprio, caminhei 1m na Paulista, tirei unúmeras selfies vestido a caráter, postei no face, no status do sapp e enviei para os meus familiares e amigos com a inscriçao: "considero-me um atleta perfeito, vou participar da Sao Silvestre, categoria meio metro Tartaruga.
Via-me como um lobo solitário bebado numa Av. Paulista vazia, tediosa, cheirada e pelo caos, ladeada.
Vendo o desfile de egos, constatei que espelhos e balanças também erram a falsificam o produto em favor do cliente.
Caminhava sozinho, porém sempre acompanhado pela sombra de minha louca e orgulhosa mesquinhez.
Modernamente, a vaidade e status social se mede pelo animal doméstico de raça pura que os tamancos e gravatas arrastam pela coleira.
Farejando feito cao faminto, nao encontrei nenhum coraçao manso, sanguíneo e terno carimbado com a chancela do cio da simplicidade.
Quando valorizam animais doméstico acima de seu valor devido, é porque os donos se sentem desvalorizados no mercado da empatia, tanto quanto, na bolsa de valores e dependencia de afetos humanos.
Gritando Toca Raul; Toca Raul, lembram do superado Jesus que existiu a mais de 2 mil anos e esquecem do Maluco Beleza, que esteve junto com o filho primogenito de Deus, mais uma horda de macacos na caverna.
Um Pequeno Conto fraseado sobre as ocorrencias neste natal:
Estando na época dele, alias foi campeao brasileiro, achei por bem comer um porco; mas para que possui um peru depenado, limpo e no ponto, digo que o melhor seria uma leitoa virgem. Pois bem, passando em frente a um boteco sujo e mal cheiroso, nao resisti a tentaçao e pedi em torresmo a pururuca: quem nao pode com uma perereca, come o tem. Haviam várias porcos a mostra.
Preferi o Felipe Melo, que foi eleito o mais batedor, botinudo, brigador do campeonato. Falei com o atendente se ele teria coragem de medir forças com as minhas desengonçadas, falhas e gastas dentaduras. Dei uma bocada com vontade; pra valer. Arranquei lasca. Faíscas e labaredas de fogo subiram. Na terceira, mordi mais forte. Passei a língua e senti algo liso, como bunda limpa de recém nascido. Para minha insatisfaçao e vergonha, puxei o torresmo da boca e nele, vieram grudadas o par de dentduras.
Gargalhando, uma em cima e a outra embaixo do porco, que desfazia-se em gorduras. Chorando de raiva, voltei para casa. Nao vou disputar a Sao Silvestre. Imagine eu, Mutável Gambiarreiro, com mais de 1500 escritos no Recanto das letras, com mais de 35 mil leituras, chegando em primeiríssimo lugar, subir no pódio e nao poder sorrir, ter que fazer selfie sugando um canudinho enfiado no suco, para nao mostrar a boca murcha; parecida maracujá velhi e deterioado esquecido na gaveta.
Caro leitor e amigo, se voce nao morrer até meia-noite, porque o destino de alguns animais é resguardado somente até a véspera e outros pós festividade, como afirmam os Profetas, cartomamtes, orixás e videntes, gostaria de ler a sua completa passagem de natal; porque corro o mesmo risco que voce. Até lá e que tenhamos sorte! Que nao nos aconteça o mesmo que aconteceu com o porco que comi.