Virtualidade
Contrário a humana que demora séculos para ser atualizada, quanto mais se avança em disponibilizar tecnologia para uso diário, mais exigem e querem a revolução do apertar botões em segundos.
Em breve, em um tempo não muito disperso, os cientistas inventarão beijo virtual e sexo no ventilador ao som acidulante de bactérias e vírus.
Experimentalmente, duas caveiras atarracam as mãos nas hélices e acionam o botão on. Velocidade máxima de rodopiar os cristalinos dos olhos. Em segundos, ouve-se um sussurro gritado, um esganiço liberado pela libido hormonal no ouvido da tela do smarthfone: "Uhh, gozei; ahhh, liberei um litro de leite maquinado pelo azedume do coalho tecnológico"!
Velocidade tendendo a zero. Parada. A outra olha irada a performance do ventilador e retruca: "Vai me deixar na mão, seu FdP; corno manso".
As hélices para não perderem a posse e o status moderno, respondem dizendo que a boa e eficaz tecnologia, é àquela que resolve.
Por fim, onde falta entendimento tecnológico entre as partes, conclui-se que a vida na era moderna é uma FODA mal dada pelo pênis perna bamba virtual.
P.S.: quem reclamou estava presente ao coito no ventilador sem o seu smarthfone. Nota-se portanto, que nem todo prazer é saciado pela máquina; e às vezes aparece uma caveira saudosista de tempos idos que prefere o sexo daqueles sacia almas, daqueles "assim quebra a cama" - "deixe quebrar essa porra!"
E após duas horas de transe na transa, um selinho nos lábios e boa noite meu macho ou fêmea predileta!