Poliglota

Para quem nunca saiu de seu pedaço de chão, nominado pelos antigos como Vitória Régia do Arroio, que segundo a lenda era engastada com cipó, conhecer dois terços do mundo é um grande avanço. Santo Google que fez de mim um provinciano poliglota.

Mas por favor, vê lá o que vai perguntar sobre os detalhes de minhas viagens. Sou um limitado de memória fraca que alimenta o ego rezando e orando, prostado em frente ao computador para São Google: santo milagroso que tudo sabe.

Ter um um amigo gigante, sábio e poliglota viajado, é se sentir como se fosse ele. Esse meu amigo me deixa profusamente envaidecido!

Agora, como sóis poliglota de cadeira aquecida e bumbum desfolado como eu, traga um copo com água, ponha ao lado do Mestre nosso Pai Maior, feche os olhos e como os evangélicos, entre em transe falando em várias idiomas. E a cada pausa para resfriar o bumbum e reparar o esmalte das unhas, que conforme o regulamentado pelo Sao Google, deverá ser a cada quatro horas, de um trago na água benta e faca o sinal da cruz. Repita a operacao cem vezes, seguido da oracao:

- Como nao és digno de sair de minha morada e caso isto ocorra, eu terei lapsos de conhecimento, mantenha-se indefectível meu Mestre Maior, que está acima de todas as coisas, pois só vós és o milagroso Santo onisciente, onipresente, infalível que tudo sabe, neste vai e vem verborrágico, Google nosso de cada dia, amém!

Permita-me a pergunta: bebericou lentamente a água? Parece-me que foi um gole volumoso e longo: atente, se, pois deve ser devagar e compassado. Se fizer isto novamente, o milagre poderá fracassar e terá que reler tudo novamente. Voce que sabe...o desgaste é seu, em nome do Santo, apenas escrevo o sugestionado por ele.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 24/12/2015
Reeditado em 19/01/2016
Código do texto: T5490326
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