Verde e Grená
Eu sou o futuro de homens sem terra
De homens que vieram na miséria
De seres humanos explorados
De trabalhadores mercantilizados
Que enfrentaram correntezas, tempestades e pestes.
Que morreram aos montes.
Em busca de um recomeço
Que trocaram a honra pela subsistência.
Que perderam sua infância por um teto
E ao fim? Depois de anos o que ganhamos?
Seu valor era menor que o de um escravo.
E ainda se tornaram os pivôs de uma falsa abolição
E agora?
Com orgulho, sou ítalo-brasileiro.
Não pela descendência da velha bota
Ou por cortar queijo com o garrote
Eu sou o futuro de homens sem terra
De homens que vieram na miséria
De seres humanos que explorados até o fim de sua essência
Hoje me deram a oportunidade de aqui estar.
Obrigado a vocês que a minha essência compõem
Obrigado