DEUS É MINHA SEIVA
Dentro de mim, talvez conflua a diferença entre as sombras e o Sol. Talvez a noite grite, mas o dia silencia, sendo ouro. Na mansidão que danifica ruídos nostálgicos há um pávido olhar. Como às vezes, em chuva, meu espelho alaga e minha expressão é borrada por falsas imagens, assim mesmo uma batalha cresce indiferente ao que sou. Como uma pirâmide? Como a morte, e círculos que se fecundam ao céu? Não. Se dentro de mim há algum palpite, esse palpite é o de Deus. Porque ele é o Ser - de sonho e de vigília - que em mim é vida. Por dentro de minhas veias há caminhos sem volta, porque são eternos. Meu sangue atua como sendo o orvalho do enobrecimento, e a santificação calça os meus pés. Coisas que me transformam não são coisas que me fazem. O futuro não me faz, mas me dá possibilidades para que eu possa me Fazer. Mas há um destino em meu peito. Há uma voz que Clama em mim. A voz de Deus, que é meu sangue e minha seiva.