O TRIUNFO DA PODRIDÃO HUMANA

Indiscutível a concretização da podridão humana. Lixos volumosos tomavam conta de uma região seca das minhas visões - mas todos podiam ver a manifestação da imundície... O que estava sendo derretido não era o lixo, mas o interior da gastrite dos seres vivos. Uma gastrite tóxica, determinada pelo acômodo e pela falta de consciência. Meus olhos corriam - corriam na velocidade de um fósforo - e não encontravam, sequer, uma esperança. Moscas triunfavam a vitória, junto aos vermes da inconstância. A demografia comunitária estava tão espessa que não se podiam distinguir homens de ratos. Apenas havia eliminação. Tudo era morte, nem em pensamentos havia como fugir. Fluidos tóxicos beiravam os pés arbóreos, e se infiltravam no solo como quem contamina lençóis de água. Ossos. Frutas, restos animais em decomposição. Mau cheiro, lama, uma segunda Peste. Ora, A condução braçal dos homens e a sensibilidade das belas moças não têm sido devidamente socializadas. A estética encobre o bem-estar. Apesar disso, os pássaros é que são errados! E eu é que sou resíduo! De chuvas, de sóis, de tu, que lês. A outra metade de mim acaba nas ruas, em terrenos baldios, em encostas de morros e cursos d'água. Mas faltam-me os depósitos de céu aberto. Faltam beiras de calçadas antigas, e um sofá que já não existe. Porque eu sento na inexistência, e assisto a destruição do Planeta. Ecologia? Ecologia, ao menos me faça companhia, no resto que me acaba. Sou a inconsciência da Humanidade...

Wilder F Santana
Enviado por Wilder F Santana em 02/01/2012
Código do texto: T3419156
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