AMEI, AMOR, AMEI...

Amei, quando deveria amar, e sofri, ao desesperar noturno. A esperança agiu em meus escombros como símbolo de unidade afetiva: eu me derramei como a neblina, ao amanhecer, que refresca e restaura. O nascimento para a vida eterna consistiu na modulação da carne, na ressurreição do espírito.

Amei, então, na demência do cais. Como um barquinho beje eu me transportava à inconsciência dos detalhes: aprendi que a vida é uma completude. Nem flores, nem pássaros, nem cantos: o amor é mais que emoção. Se há uma razão na vida para se amar, essa se encontra na destreza dos descobrimentos. Como a exigência intocável das rosas. Como os ventos que velam o choro.

Amei, confesso, e não houve saudade, pois não houve ausência. Fui a recusa de um espinho insensível: o sussurro de que amo por amar. Amei, amor, amei... Hoje sou verso que canta, pousa e eterniza...

Wilder F Santana
Enviado por Wilder F Santana em 03/10/2011
Código do texto: T3256224
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