DENTRO DO PRÓPRIO SONHO
Acordei, e é como se estivesse no auge do sono. Como se a dormência do despertar verbalizasse meu eu em utilidades noturnas. O céu nubla-se, e eu já não tenho palavras para contemplá-lo. Não tenho olhares para tangê-lo aos meus ombros. Não sei porque grito, pois o êxtase da manhã aplaca minha voz. Nem sei porque choro e soluço.
Se parei agora de acontecer, por que é que os relógios ainda pulsam vorazmente o tempo? Porque não deixam que a podridão da imaturidade permaneça trancada em um baú qualquer?
Apenas minha garganta borbulha sensações de estar acordado dentro do próprio sonho. Isso é rosto. Isso é viagem...