A UM VERDADEIRO AMIGO E IRMÃO

Amigos são folhas que se guardam no eterno nascimento da memória. Não uma simples raiz, mas a verdadeira concentração de virtudes da alma. Perpassam os anjos e a correnteza dos sentimentos: amigos são a célebre infinitude do companheirismo. É o chorar em momentos inférteis. Sorrir com a cumplicidade de quem ama e poder proferir: EU TE AMO. É então que compreendemos que o valor dos amigos não está no tempo que eles duram, mas na veemência com um é acontecência para o outro.

Ternura por onde o ar é deleite, os espelhos são simplesmente imagem. Sem limites, os amigos, cuja verdade é penetrável em espírito, completam-se. Não há beira nem juízo: há conforto. É quando o inesquecimento os abate, e são pescados pela nau do costume. É o possível, é a proveniência do mistério: leite que se esconde na primordial afetividade do acalanto. Sem aspecto e sem romantismo, ultrapassando o tempo que envelhece as coisas, é assim que a amizade nos preenche. Braços dados, ainda que sejam os braços da alma. Os amigos vivem da sobrevivência do amanhã. Não de um amanhã que geme e inexiste. Mas na mística perpétua da interpessoalidade.

Sim, os amigos são folhas que não se determinam, se constroem. Por onde se atravessa a sabedoria com a espada da lealdade. Popular em estações; sozinha em ser a única que contém as veias da honestidade. Escorre densa na composição dos aprendizados, e é tão delicada moldura. Sem títulos palavrescos, como granada benigna, torna-se flor em vida, em lucerna, na pétala d’um amanhecer lacrimal. Amizade: existe eterna no implacável abraço ilimitado. Paira imaculada entre gestos, amor e essência. É por isso que Eu te Amo, amigo. Porque nos momentos mais especiais que tive, nasceu um Irmão!