SEM TREVAS, COM TROVAS
Sem trevas, com trovas, turvas as tuas mãos - essas que passeiam dentro de mim - vencem meio século, transmutam-se em metade de bem-querer, e no âmago da cidadania que ainda existe, humana te tornas. Com a desigualdade que oprime, deita, versa.Interessante é decidir-se na língua da calçada, cujas naus em mim são milhares.
Sem horas de revogar este juízo, no mistério de invernos nublados, é a ablução do teu destino que para mim é exagero. Adoro as tardes gloriosas em que leio Baudelaire ou Eliot, no puro exercício de referenciar-me a sê-los.
Turbas em mim, tu criança, esses minutos de começos cristalizados, horas de escuta e momento, sem palavras, turvos nós na acontecência de uma linha negra, no chão, a costurar a casa...