EU ESPERO, EU SOU

Espero. Sou o anúncio do vinho que bebes (e que sois). Entro e calo, ainda que eu seja a porta conservadora de Harpas celestiais. Os sons, seus tabus excitam e se estouram a cada tentativa de espera. Dizem ainda que sou arquipélago, e que, na verdade, reúno enganos. Mas sou mais que isso, sou as ondas que impediram o Herói de atravessar os mares, sou a flauta tocada pelo vendedor de máquinas. Espero. Química e açúcar, em realce a uma bela taça servida em realeza, a maçã cuja existência consiste na morte da neve... Espero... Até que as palavras me calem, me mordam, sejam meu dorso de partida...

Wilder F Santana
Enviado por Wilder F Santana em 06/07/2011
Código do texto: T3080117
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