ALTO GRAU DE AMOR
Se me chamares para subir as escadas e te amar, não espere que comigo leve meu mundo. Levarei sequer meus anseios, e os seios da eterna aliança me terão. Se ao por do sol achares que sou brasa, não te enganes, sou mocidade e carne humana. No último andar, ainda que os degraus desmoronem um por um frente ao nosso magnetismo, queira dizer-me coisas belas, queira-me fazer corpo a corpo castelo. E com fulgores, respiração e verdes o nosso espaço. Não verdes de esperança, mas de imaturidade. Uma pre-ciência que prende duas criaturas no monte do amor, e lá no alto transgride a liberdade como se evita a covardia. Somos o ouro e o agora. O alimento. És-me a dívida que causa culpas proibidas...