QUANDO EU DANÇO
Quando danço é porque meu corpo alegremente sorri. Danço pela certeza da locomoção, pela gratidão que há em corresponder com fineza as andorinhas. É o momento em que confortavelmente me dou à condição dos movimentos, seja no Egito ou na Síria. Eis astroteologia, a mágica com que as estrelas conduzem os corpos. A suave homenagem de se ver em conjunto, som, compasso de envolvimento. A expressão de sentimentos cuja potência não se restringe à carne, não se limita ao que se toca. Quando danço saio de mim mesmo, porque a cerimônia do descobrimento chega ao auge. Como arte e seus príncipes, a dança se revela nos elos do tempo, da ilusão em virtuosidade.