INICIADO PELAS NUVENS
Sou iniciado pelas nuvens. Em áurea cristalina elas compreendem minha essência e me denotam, assim como aparento ser. As partículas de gelo e água em mim refletem o diminuto espírito existentes além da matéria. Não sou suspenso nem atmosférico, apenas condenso-me ou derreto-me em virtudes fenomênicas. Sangro, ora, pelos dentes, e de poeiras me completo. Essa poeira vil que arrasta milhões no chapéu do mágico, ou que desaparece em ingenuidade. Sou intenso em microideias e desaparecimentos. Viajo pela abóbada da vida, vapor, resfriamento, sem cor. Olham como sendo a razão das descompressões. Mas sou apenas iniciado. Não tenho fim, ainda que seja finito. A metade de mim são minhas loucas expressões, quando quero amar. Estou acima do mar, pairando em inadequações. Ortograficamente humano. Sensivelmente o início da indeterminação. Orvalho que se dissipa. Derrota-se. Ama.