A Fábula do Gato Solsky

Território Solsky

- Hei o que viestes fazer, aqui; ó intruso das alturas? Este telheiro é meu.

- Era...; alugamos, portanto, o espaço é meu. Vai pra lá! Não invado o que é vosso; não vem ao que me pertence.

- sem acordo; não aceito perder o que é herança de família. Aqui meus bisavós criaram a prole. A prole, os netos e os netos, a minha geração. Sentimento geracional familiar.

- não me interessa. Como disse, meus donos alugaram com contrato de locação; não tem essa de "gato, portanto, pagamos. Estamos documentados. Assim como o Homo Sapiens, se és dono, é por que grilou. Aí, grileiro de telhado!!

- sem essa de grileiro...; sabe qual espécie enriqueceu grilando, certo?!

- não acredito; será que terei que apelar...

- exatamente, venha; vamos na faca!

- não seja covarde, minha arma são as unhas. Largue a faca...

- unha, que unha! Ultrapassado, heim cara! Estamos na era da comunicação imediata através do celular; internet, sapp, 5G e tu Gato branco, de pelagem lisa e olhos azuis, me vem com unha.

- sou conservador das antigas. Ôô cara, tô de saco cheio. Tome...; malandrão da madrugada. Vagabundo sem lar!

- miauuuu! Socorro; chega! Miauuuu...

- te falei cara; não se meta à besta!

- Miauuuu; socorro Maiinha!

- sem "gato". Aqui é legitimidade! Tome...; estamos documentados até os dentes, Invasor de Telhado!

E pendurou as tabuletas com a inscrição: "Território Solky"; vinde a mim os legitimados bons amigos de coração e atos. Aqui não tem gato"! em oito pontos: uma em cada lateral menor e três em cada lateral maior do telhado do casario tombado, agora devidamente alugado, portanto, "documentado até os dentes", como costumam dizer essa espécie animal.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 13/11/2020
Reeditado em 13/11/2020
Código do texto: T7110523
Classificação de conteúdo: seguro