Os Dentes da Moenda não Podem Parar
Procurando respostas para o que está acontecendo no mundo, postrei-me diante do galinheiro. Ali fiquei, fiquei, até o momento que notei que no isolamento, nenhum animal fica. Ademais, em tempos de comunicação instantânea globalizada, isolar-se é o mesmo que ser taxado de besta estúpida fora do circuito mundial.
E como tudo se deu? Simples: o Galo índio, esporudo bom de bico não se aquietou, até eu colocar uma galinha ao lado dele. Queria mais, mas contentou-se com uma.
Nem bem terminaram de se conhecer, treparam na travessa que une o piso ao elevado e foram para o ninho de palha e nunca mais os vi; o que é necessário, uma vez que a exposição em público no momento, não é preciso.
O que acontecerá após o término da estação que levará 40, ou mais dias? Entrego nas mãos de Deus. Os dentes trituradores não quebram e as engrenagens da moenda não rompem; nada, nada, acontece sem o consentimento dEle.
Pelo menos é o que cacarejou o Galo cientista do vizinho; e eu fiz valer a vacina em meu terreiro; afinal, em momentos de angústia e desespero, além de eleger um Jesus Cristo salvador da humanidade, alguma coisa tem que ser feita.
E por esses dias de quarentena em plena quaresma, o Coronavírus estará no meio do povo, representando o Lúcifer; e os cientistas, é a imagem e semelhança, oxalá senão serem chamados de deuses. Pois, perante os inteligentes mortais de carne e ossos, quem encontra a solução para o combate às enfermidades, é considerado Deus da Terra!
Aí, limpos, refeitos e revisados, os dentes das engrenagens da moenda humana voltarão à normalidade, rugindo alto para àqueles que tem ouvidos; e obviamente, ainda que usem aparelhos auditivos, sabem ouvir o que lhes compraz.
Humanos aqui. Moendas ali. Raça humana acolá. Moendas trituradores além-mar. De cá ou de lá, cercando galinhas, sempre moendas humanas, triturando ossos e sonhos em qualquer país, em qualquer território, em qualquer lugar.