A CIGARRA E A BORBOLETA

Uma linda borboleta multicolorida

chegou num lindo jardim de margaridas.

Esvoaçou pra lá e pra cá, sugando

o néctar das flores amigas.

Encontrou-se com besouros, outras

borboletas, beija-flores,

Joaninhas e muitas, muitas

abelhinhas que, mui trabalhadeiras,

voavam de lá para cá, a sugar o

néctar das flores, para o mel formar.

Também encontrou com

as formigas cortadeiras, que

unidas num só intento,

colhiam o alimento,

antes do inverno chegar...

Ia bem bela e formosa,

quando viu então, toda

prosa, encostada numa

linda árvore de amoreira,

onde os bichos da seda,

estavam a trabalhar...

Toda prosa e cantadeira

viu a linda borboleta,

uma linda cigarra macho

a tanger sua viola,

Com seu canto em estardalhaço,

num grito lírico afinado,

mui profundo, tresloucado,

a sair do íntimo de seu ser...

Cantava a cigarra macho,

a alguns agradando e a outros

incomodando, mas a linda

borboleta, quando viu o

poder daquela cantoria,

quase desmaiou de emoção...

Havia um quê de lamento,

de choro solitário e triste,

que tocou o coração carente

da linda borboleta multicolor

E então ela pousou ao lado

Daquela cigarra encantada,

que mui deslumbrado com

tanta beleza dela, ficou

também meio que enfeitiçado...

E então, depois desse dia,

Viam-se a voar pra lá e pra cá,

borboleta e cigarra macho,

se amando em plena luz do dia...

Maria Tereza Bodemer
Enviado por Maria Tereza Bodemer em 03/12/2018
Código do texto: T6518032
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