A CIGARRA E A BORBOLETA
Uma linda borboleta multicolorida
chegou num lindo jardim de margaridas.
Esvoaçou pra lá e pra cá, sugando
o néctar das flores amigas.
Encontrou-se com besouros, outras
borboletas, beija-flores,
Joaninhas e muitas, muitas
abelhinhas que, mui trabalhadeiras,
voavam de lá para cá, a sugar o
néctar das flores, para o mel formar.
Também encontrou com
as formigas cortadeiras, que
unidas num só intento,
colhiam o alimento,
antes do inverno chegar...
Ia bem bela e formosa,
quando viu então, toda
prosa, encostada numa
linda árvore de amoreira,
onde os bichos da seda,
estavam a trabalhar...
Toda prosa e cantadeira
viu a linda borboleta,
uma linda cigarra macho
a tanger sua viola,
Com seu canto em estardalhaço,
num grito lírico afinado,
mui profundo, tresloucado,
a sair do íntimo de seu ser...
Cantava a cigarra macho,
a alguns agradando e a outros
incomodando, mas a linda
borboleta, quando viu o
poder daquela cantoria,
quase desmaiou de emoção...
Havia um quê de lamento,
de choro solitário e triste,
que tocou o coração carente
da linda borboleta multicolor
E então ela pousou ao lado
Daquela cigarra encantada,
que mui deslumbrado com
tanta beleza dela, ficou
também meio que enfeitiçado...
E então, depois desse dia,
Viam-se a voar pra lá e pra cá,
borboleta e cigarra macho,
se amando em plena luz do dia...