Ao meu Amigo Sardinha
Idos de 1920. Dois molecotes em pleno extase profano. Atirado como os passaros voando a liberdade do vento, foi estudar Artes na Universidade de Belas Artes de Lisboa, Portugal.
Visitando Lisboa e a cidade Porto, comi o prato tipico que ele gostava: espeto de sardinha no braseiro. Naquele tempo nao havia nada disto, mas se os tempos voltassem, processariamos muita gente por calunia, difamacao, bulling, discriminacao pela sua opcao sexual.
- ganhariamos uma graninha, Sardinha e deixariamos de comer sardinha. Feitas pelos gajos, eram deliciosas, mas comer todos os dias, no cafe, almoco e jantar, era de morte!
Sardinha faleceu em 1964; no dia do Al-1. Alguns dizem que a causa mortis foi um ataque cardiaco fulminante. Sardinha era amante da democracia e mostrou que morrer pela patria, nao e apenas refrao de hino.
Em sua homenagem, seu nome referencia uma rua no bairro da Lapa, Sao Paulo. As coisas sao assim mesmo Sardinha: reconhecimento so depois de morto. Embora que no espeto, voce foi degustado por muita gente boa de garfo, faca e boca. Hummm!! Sardinha, mil vezes amigo Sardinha, voce fez muitas linguas lamber os beicos.