Solidão... Esperança...

Ó saudades, tu tens a mesma energia que o amor, mas de polaridade inversa.

Tu és assim como o amor, a vontade do querer bem a quem se ama.

É o querer bem, mas não ter a pessoa amada imediatamente ao seu lado.

É o querer abraçar e por vezes seus braços serem curtos, o não ser capaz de alcançar, ter o carinho, padecer e perecer por não poder dá-la como se quer.

É sonhar-se um sonho bom, e quando se desperta. O sofrer, pois o mundo nega os pequenos alívios que os devaneios lhe trouxeram.

Lembrar o rosto do amor, e estar constantemente assombrado todas as vezes pela possibilidade de esquecer o rosto desse amor.

É ver sua foto, lembrar da voz, dos sonhos, dos pequenos momentos que lhes fizeram apaixonar-se, e querer tudo isso novamente. Dos velhos tempos, dos apelidos às noites em claro a companhia do amor. Lembra do calor dos abraços, mesmo que às vezes nunca tenha estado lá entre eles…

É ouvir o Djavan ou Nando Reis e lembrar daquela noite que nós cantamos juntos e ter certeza que todas as músicas de amor do mundo e entender que todas elas foram feitas para nós dois. Não conter o riso e nem a felicidade, muito menos as lágrimas mesmo que a maioria delas sejam de felicidade, ter entre elas as de solidão, estar num estádio de futebol e se sentir solitário no mundo sem tua presença.

Ó saudades, assim como o amor, somente um pouco de tu no coração do amante, já é o suficiente para mudar o dia. E quando você se vai saudades, e o teu vazio é preenchido com o alvo do nosso amor, o alívio é idêntico ao do renascimento, a certeza da infinidade e imortalidade do amor e o renascimento por ele no seio da amada.