PANDEMIA
O poema abaixo eu formulei conforme
regras do experimental Luxons, criado pela
poetisa Maria de Jesus Carvalho.
As instruções estão em sua página em
Teoria Literária.
PANDEMIA
Em tempos de pandemia
O infinito fica triste
E acinzentam-se as estrelas.
Ah! Se o mundo revestisse
O brilho da natureza
Sem o pesar que coexiste...
No tempo assim tão cinéreo
Ofuscam-se os arredores
Não vejo o apogeu das flores
Que emolduram altares-mores.
Entre os olhares tristonhos
Findam-se todas as odes.
O vírus fatal se avizinha
Dos sertões e das cidades
Não escolhe suas vítimas
Não lhe atinge as tempestades.
A poesia pranteia,
Porém insurge esculpida
E traz, apesar de tudo,
A esperança refletida
Nos sorrisos das crianças,
Nas lembranças mais queridas.
Tudo passa nesta vida:
Flores, plantas, animais...
Porém, nosso ser eterno
Não nos deixará jamais.
Os cuidados necessários
Não são por todos lembrados
Daí o pranto, as angústias
E o vazio do choro amargo.