Texto utilizando trocadilhos com músicas de Raul Seixas
MEU AMIGO PEDRO era um cara com conhecimento filosófico nato. Se preocupava com tudo e com todos sempre criticando desigualdades. De manhã, via o TREM DAS 7 apinhado de gente em busca do ganha pão e pensava nas vãs promessas de políticos como simples OURO DE TOLO. Não passaria disso enquanto a SOCIEDADE ALTERNATIVA não trouxesse propostas para os incansáveis problemas do METRÔ LINHA 743, ou o TREM 103, como ele se referia. Aquilo era inferno, qualquer que fosse a hora do dia e sua expressão de lamento parecia mais um S.O.S. Lembro "quando ele pensava sobre o mundo", compenetrado, sério e se perguntado como ele sabia de tantas coisas, disfarçava a modéstia e só faltava dizer EU NASCI A DEZ MIL ANOS ATRÁS. Medo? Praticamente de nada! Vez por outra dizia que tinha MEDO DA CHUVA que pra ele era ÁGUA VIVA. Fã de cinema, não perdia por nada, ou por quase nada, A SESSÃO DAS DEZ. Entre os amigos era sempre aquele cara que incentivava e quando via alguém prestes a desistir, gritava TENTE OUTRA VEZ, não se fique prostrado no passado, haja como uma METAMORFOSE AMBULANTE! Tinha horas que parecia um CARIMBADOR MALUCO, cheio de PARANÓIA, mas para a turma era o MALUCO BELEZA mais sensato da face da terra, se brincasse um COWBOY FORA DA LEI. Seu lado humanitário se valia da Matemática pra filosofar. Dizia que a vida era igual a teoria dos conjuntos porque havia uniões, interseções, diferenças, complementares e vazios e pra não ter dúvidas das premissas falava, olhando nos olhos de alguém, TÚ ÉS O MDC DA MINHA VIDA. Políticos corruptos eram chamados de AL CAPONE, ou JUDAS, e para ele a corrupção mostra sempre POR QUEM OS SINOS DOBRAM. Pisou na bola algumas vezes, lógico, mas se saia com um HOW COULD I KNOW?, tão convicente que não havia juri capaz de condená-lo. Não viveu suficiente pra ver O DIA QUE A TERRA PAROU, e no dia 28.06, pra mim o DIA DA SAUDADE, faria 75 anos. Salve Raul Rock Seixas ou Raul Santos Seixas, o CARPINTEIRO DO UNIVERSO.