Sina de menina
Ontem à noite, intensa tempestade revirou o solo e fez ruírem as rochas. Sua mente que, até então, era só calmaria, contrastava com a placidez do sorriso morno. Chorava Marina. Era a menina.
Mente que oscila;
Do céu ao inferno, e
Do inferno ao céu
Em poucos minutos, sozinha.
_Segredo meu, que não quero contar...
Preocupou o mar
Desenrolava suas ondas pela areia,
Carinhando os pés da menina
O céu, soturno, uníssono com o imaginário lúgubre que a assustava:
Seria tão triste, assim, sua sina?
_Por que tal destino?
Levanta, olha, e pelo escuro caminha.
Mar:
Sem saber o que fazer, encheu o peito com o mais terno amor,
e Com sua leve brisa, soprou.
As nuvens desnudaram a Lua,
Que luz prateada derramou sobre os dois!
E abençoou.
O choro cessou.
Pequena onda tocou seus pés,
Risonha espuma branca cocegou:
Dançaram leve música do universo, que conspira.
_Jura, Marina. Esquece o medo.
Assentiu, sorriu. E virou plural. Mar e Marina. Ela, sua mulher, e sua menina.