QUIMERA
As horas passam silentes
Na brevidade do dia
Deixando marcas dolentes
No esplendor da maresia
Despertando em minha mente
Lindos sonhos e magia.
Tudo se veste de encanto.
Sob o arrebol carmesim
Trazendo a paz nos suspiros
Que tomam conta de mim.
Entre duendes e fadas
Exala olor de carmim.
Os meus versos descortinam
O que a vida sempre apraz
Na sombra branda do vento
Toda palavra é de paz.
Voeja, então, a saudade
Ao som que a brisa compraz.
Saudade, castigo eterno
Que a vida impõe com rigor
Aos corações maculados
Em seu tácito vigor.
As lascívias tão nostálgicas
Deixam laivos de licor.
Meu coração vive a espera
Do curso estelar supremo
Onde o infinito revela
Ser vã angústia que temo.
Sinto falta da magia
Do meu estro mais extremo.
Todo verbo que profiro
Traz um quê, da longa espera,
Do fértil jardim criado
Na minha mente em quimera
Que repudia, em silêncio,
Tudo que o amor exaspera.
Esse estilo de métricas e rimas
é uma criação da poetisa Maria
de Jesus Carvalho. As instruções
encontram-se na sua página.