LÁGRIMAS DE POETISA
Uma amizade nascia
Singela como uma flor!
Trazendo perfis de encanto
Até mesmo em meio à dor:
O poeta e a poetisa
Em premissas de fulgor!
Na clara noite hibernal
Amoráveis corações
Palpitavam lancinantes
Por caminhos de emoções
Cada qual com seus delírios
De sonhos em profusões.
A poetisa em segredos,
Ao ler escritos do amigo,
Surpreendida, chorou
Por sabê-lo emudecido
Ante uma grave doença
Que o faria entristecido.
Pelo rosto angelical
Lágrimas puras fluíam
E ao saber do sentimento
Tão profundo que os nutriam
O poeta em seu recato
Pressentiu o que os uniam.
O poeta e a poetisa
Em uníssono amargor
Descobriram desde então,
Com o mais profundo ardor,
Seus pensamentos unidos
Na alegria e na dor.
Pelo olhar do dia claro
A poesia latente
Vencendo abissos e mares
Fez-se súplice, envolvente,
E ambos se deram as mãos
Buscando os risos ausentes.
(Poema metrificado em redondilha maior,
com rimas nos segundos, quartos e sextos
versos de cada estrofe. Esse estilo denomina-se
"Luxsons" e foi criado pela poetisa Maria de Jesus
Carvalho, a quem dedico essa obra).