SONS E ALARDES

Os alaridos se alastram

Buzinas, bruscas freiagens,

Manobras, maquinarias,

Grilos buscando ancoragens,

Angústias, longas esperas

Nas enfadonhas bagagens.

Os motivos são diversos

Para avultados barulhos

Os passarinhos felizes

Fazem coro em seus arrulhos.

Enquanto amáveis crianças

Divertem-se entre antúrios.

Na vida tudo é fulgente

Flores, plantas, animais...

E o fluir ininterrupto

Das nossas vidas iguais

Deixa laivos no caminho

Das algazarras banais.

Em perfeição e mistério

Fulgura um silêncio tácito

Com tons de melancolia

Mas não há o beneplácito

Dos pedestres apressados

Indiferentes e inaptos.

Em nuanças divinais

O universo e a natureza

Permeiam tantas inglórias

E vultosas incertezas

Dos povos seguindo alheios

Quais rios em correntezas

Indiferentes ao belo

Que a vida nos mostra e traz

A humanidade caminha

Sem saber de que é capaz

De transmutar seus gemidos

No silêncio que há por trás.

(Esse estilo poético é uma criação da

poetisa Maria de Jesus Carvalho. As

as instruções estão em sua página.)

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 27/05/2015
Reeditado em 28/05/2015
Código do texto: T5257067
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