SONS E ALARDES
Os alaridos se alastram
Buzinas, bruscas freiagens,
Manobras, maquinarias,
Grilos buscando ancoragens,
Angústias, longas esperas
Nas enfadonhas bagagens.
Os motivos são diversos
Para avultados barulhos
Os passarinhos felizes
Fazem coro em seus arrulhos.
Enquanto amáveis crianças
Divertem-se entre antúrios.
Na vida tudo é fulgente
Flores, plantas, animais...
E o fluir ininterrupto
Das nossas vidas iguais
Deixa laivos no caminho
Das algazarras banais.
Em perfeição e mistério
Fulgura um silêncio tácito
Com tons de melancolia
Mas não há o beneplácito
Dos pedestres apressados
Indiferentes e inaptos.
Em nuanças divinais
O universo e a natureza
Permeiam tantas inglórias
E vultosas incertezas
Dos povos seguindo alheios
Quais rios em correntezas
Indiferentes ao belo
Que a vida nos mostra e traz
A humanidade caminha
Sem saber de que é capaz
De transmutar seus gemidos
No silêncio que há por trás.
(Esse estilo poético é uma criação da
poetisa Maria de Jesus Carvalho. As
as instruções estão em sua página.)