VERBO DELINEADO

Nas entrelinhas dos versos

Desprendo-me do cansaço

Intercalando o concreto

Com magnetismo abstrato,

E espero assim o fetiche

Das luzes dos grandes astros.

Num porvir longe das dores

Tenho a pele tatuada

De transcendente retiro

Com a alma apaziguada.

Distraindo nas escritas

As lágrimas sufocadas.

No verbo delineado

Escorre mui magnética,

Latente, assim, visceral

A perfeição da estética

Na letra silenciada

Na aprimoração da ética.

Pela janela entreaberta

Vejo o sol brincar nas sombras!

Também distraio o pensar

Divisando nas penumbras

O meu estro iluminar

Tudo o que a visão assombra.

A minha letra, por vezes

Causa até mesmo estranheza

Escorre vã, desnorteada...

Mas profunda é a sutileza

Com resquícios de utopias

Permeando a realeza.

Mergulhado no silêncio

Do real e imaginário

Vou tecendo o pensamento

Absorvendo adagiários,

Na ânsia mais incontida

Do lirismo em corolário.

(Contribuo com esse poema, a mais

um experimental "Luxsons", criado

pela poetisa Maria de Jesus Carvalho,

cujas instruções estão em sua página).

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 25/04/2015
Reeditado em 01/09/2015
Código do texto: T5219764
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