CARNAVAL
No aspergir das serpentinas
A lua sorri no além!
E os folguedos multicores
Fazem-me sorrir também
Dissipando as amarguras
Em cada lance que vem.
O plenilúnio fecunda
Alegrias sem iguais...
Diversivas fantasias
Nos brilhos mais colossais!
O mundo, então, se energiza
Entre sonhos magistrais!
Os pierrôs se maravilham
Com o glamour das colombinas...
Em perfis ternos, sublimes
São crisálidas as meninas.
Como criança em gangorra
As diversões me alucinam!
Doidivanas disseminam
O apogeu de seus feitiços
Na passarela do samba
Cantam e sorriem em viços
Num espetáculo fulgurante
Que ressoa no infinito!
As cabrochas em suas alas
Transmutam toda tristeza
E a alegria se faz
Nos gingados e leveza
Deixando um apelo supremo
De perpétua realeza.
O plenilúnio liberta
As lascívias represadas.
Os lindos sonhos flutuam
Sob estrelas endeusadas
Até que o alvor do dia
Devolva a vida adornada.
(Com este poema participo do experimental
"Luxsons" criado por Maria de Jesus Carvalho.
As instruções encontram-se na sua página).