LÍRICO DESPERTAR
O poema abaixo é minha
participação ao estilo experimental
"Luxsons", criado pela amiga e
poetisa Maria de Jesus Carvalho.
Numa estrada tão infinda
Vejo agigantar-se em mim
Funestas sombras bem tristes
Entre olores de um jasmim
Embriagando as pobres almas
Nos cântaros e jardim.
O ar fresco desta noite
Não traz eco de sinos
Nem os perfumes silvestres
Do mundo diamantino!
Há um eco frio na noite
É do meu grito hialino.
Há os mistérios noturnos
Sempre em nuanças, liras...
Que me tornam assim soturno:
Um fantoche..., sim, sem vida,
Sob o luzir das estrelas
A permear as desditas.
Bem no abisso da minh ‘alma,
Em veredas e girices,
Oh! De repente eu te vejo
Em meio às sombras tão tristes,
E meus pensamentos vão
Perdendo-se entre efígies!
Pingam gotas orvalhadas...
Escorrem níveas no chão,
Mas, aos poucos já se aquecem
E o amor se faz canção!
Balançam-se os arvoredos...
Tocando-me o coração.
Um clarão se faz tão dócil
Logo as trevas se iluminam
Quando teu mimo de encanto
Os meus olhos alucinam!
Bebo da fonte do amor...
Sob estrelas e malinas.