Entrevista de Alberto Valença Lima para o Poeta Zé Bezerra
ENTREVISTA PARA O POETA ZÉ BEZERRA
01- A pergunta inicial, básica, clássica: A literatura em você, quando surgiu ? Por que e como começou a se interessar por literatura e poesia ? Tem lembranças de quando surgiu a “sensibilidade estética à palavra” em você? Qual o seu primeiro contato com a literatura?
- RESPOSTA: ...Primeiro contato com a literatura – foi ainda muito jovem, que tive contato com a literatura e as artes. Meus pais sempre valorizaram a cultura, e isso eles transmitiram para nós. Só pra exemplificar, aos dois anos, meu pai me presenteou com um LP da 5ª Sinfonia de Beethoven. E minha mãe dizia que eu adorava ficar ouvindo. Ainda na tenra idade, creio que com uns 5 ou 6 anos, minha mãe m e presenteou com Monteiro Lobato. (Reinações de Narizinho). Ainda não sabia ler, mas ela, todas as noites, lia para nós antes de dormirmos, algumas páginas. Quando fiquei maior, e passei a receber mesada, lembro que uma das primeiras coisas que fiz, foi comprar outros livros de Monteiro Lobato. Tinha intenção de completar a coleção do Sítio do Pica-pau Amarelo, que consta de cerca de 20 livros. E fui comprando, de um por um, até completar a coleção.
No 3º ou 4º ano primário, então, eu devia ter, creio, entre 8 e 10 anos, eu decorei e declamei numa festa dos pais, com o auditório do colégio lotado, uma poesia, que acredito, tinha umas 8 ou 10 estrofes, cada uma com 6 a 8 versos. O título era “O velho professor”. Foi tão marcante, que ainda recordo de alguns trechos. Ela começava assim:
“Andava muito doente o velho professor
por isso ele não tinha, agora o mesmo ardor
que outrora o possuía e que o animava dantes.
Às vezes, quando em aula, havia mesmo instantes
em que inclinava a fronte (aquela fronte austera
onde já desbotara a flor da primavera) (...)”
e sempre fui muito bom em redação. Não sei se por ler muito, e livros bons, eu era considerado muito bom neste campo. Com 12 ou 13 anos eu li o Diário de Dany de Michel Quoist e isso me incentivou a escrever um diário. E foi aí que comecei a escrever registrando aquilo que escrevia. Só que das coisas que escrevi no passado, tenho guardadas muito poucas. Depois comecei a ler Olavo Bilac e Vinícius de Moraes, Huberto Rohden, Machado de Assis, José de Alencar e outros.
Aos 14 anos, traduzi para uma menina francesa com quem me correspondia, “Via Lactea”. E pelo que lembro, aos 15 ou 16 anos, compus minha primeira poesia. Compus mais algumas posteriormente. Aos 19, quando namorava com minha atual esposa, um tio dela dizia, quando ela mostrava algo que tinha escrito para ela: “Esse rapaz é um poeta!”
02- Qual é a função da literatura e, mais especificamente, da poesia? Poesia e literatura servem para quê? O que se busca na poesia? Qual é O principal desejo de poeta/poetisa? É a eternidade?
- RESPOSTA: ...A literatura tem uma função, na minha visão, de aculturar as pessoas. Não vejo grande diferença entre as funções da literatura ou da poesia, até porque, poesia é literatura, embora o inverso não seja verdadeiro. Mas a poesia pode ser vista como algo que oferece ao povo a cultura de forma mais suave, e muitas vezes, com alguma beleza, o que pode provocar também um certo prazer, e consequentemente, atrair o povo para o seu processo cultural.
Não posso responder por todos os poetas, e menos ainda, pelas poetisas, mas o meu desejo é encontrar nas palavras alguma forma brilhante de dizer algo, que faça as pessoas se admirarem e ficarem refletindo sobre a forma que usei para transmitir algum sentimento.
Não penso na eternidade. Esta é para mim apenas uma condição de minha alma e que eu já desfruto dela há longo tempo. Há um trecho de um dos salmos de Davi que exprime muito bem isso: “De eternidade a eternidade Tu és Deus!” É exatamente isso que sou – Deus! Pois sendo sua imagem e semelhança, ainda que uma minúscula fração dEle, eu sou Ele.
Não, eu não busco a eternidade. Ela já está em mim.
03- Como tem sido a experiência de trabalhar/batalhar pela poesia e pelas letras num sítio de internete como o RdL? Os/as leitores/as têm interesse por literatura de qualidade e, especificamente, por poesia?
- RESPOSTA: ...Olhe, esta é uma pergunta muito difícil de responder. Acredito que uma grande parte dos que estão inscritos no RL tem interesse sim pela poesia. Pela literatura, alguns. Talvez, uma minoria. Não posso falar com segurança pois nunca fiz nenhuma pesquisa, nem tomei ciência de que alguém tenha feito esta pesquisa, mas pela minha observação ao longo de 8 anos de RL é de que uma grande parcela dos recantistas só olham o próprio umbigo. Muitos dos que me visitam e deixam comentários em minhas publicações, sequer as leem. Escrevem só por escrever. Para aparentar que leu, mas, só pela leitura do comentário e do texto que é comentado, pode-se perceber a veracidade da minha afirmação. Eu sempre fazia comentários consistentes, emitindo uma opinião, mas depois que comecei a observar isso, passei a também agir assim. Se você ler meus comentários há dois ou três anos e os comentários de hoje, você notará a diferença.
04- Para você, o que é e o que não é literatura ou o que é e o que não é poesia? Poesia é algo para se levar a sério – pode transformar as pessoas e o mundo – ou é só, para você, uma “recreação do 'espírito'”?
- RESPOSTA: ... Literatura é, segundo o Aurélio, “Arte de compor ou escrever trabalhos artísticos em prosa ou verso.” Então, para haver literatura, a escrita tem que ter arte. Não é qualquer escrita. Esta, segundo a mesma fonte, é “a capacidade que tem o ser humano de pôr em prática uma ideia, valendo-se da faculdade de dominar a matéria.” Logo, para haver literatura, o tema tratado pelo autor deve ser do seu domínio. Não pode ser uma incerteza, e menos ainda, uma falsa ideia a respeito de algo. A mesma fonte, considera ainda literatura, como “o conjunto de trabalhos literários dum país ou duma época.”
A poesia, claro, é uma parte dessa literatura e, na maioria das vezes, lhe dá beleza. Os versos de um pensamento em geral trazem figuras de pensamento, de linguagem que tornam o pensamento mais atraente. Pelo menos para aqueles que a compreendem. E a rima, o ritmo e a métrica dos versos, também faz a beleza da poesia. Então, considero que ela é para ser levada a sério, sim. E ela pode transformar pessoas, claro. Assim sendo, também transforma o mundo.
05- Quanto ao processo de construção de seus poemas/textos, você rascunha esboços? Como se dá o seu processo criativo? Como é que predominantemente o seu processo criativo ocorre? O escrever é natural, sob inspiração, aleatório e espontâneo ou sob a decisão de escrever algo sobre algum tema? Existem certos dias, ou ocasiões especiais, em que você trabalha/escreve melhor do que em outros? Ou a poesia é exclusivamente labor e transpiração? Drummond ( = inspiração ) ou João Cabral ( = labor )?
- RESPOSTA: ... Raramente faço rascunho das minhas poesias. De textos em prosa, algumas vezes o faço. Mas poesia, é raro. É o que se exprime no meu momento quando resolvo escrever. Pode não sair nada. Mas algumas vezes, até produzo algo de valor. O escrever algumas vezes, é natural, outras é uma inspiração aleatória. Geralmente, espontânea, mas também acontece ser uma decisão de escrever algo sobre um certo tema. Não há dia especial. Pode ocorrer a quqlquer momento.
Eu diria que a poesia é uma mistura dos dois: labor e inspiração.
06- Em geral, você é mais otimista ou pessimista em relação à vida? Como você definiria sua poesia/escrita? Você é um poeta mais dionisíaco ou mais apolíneo?
- RESPOSTA: ...Sou extremamente otimista, e me sinto mal ao ler muitos poemas de poetas ou poetisas, que só enxergam e propagam coisas negativas.
07- Que poetas/autores você lê? Tem preferências por alguns locais, nacionais ou internacionais? Cite 10 autores indispensáveis em todos os tempos ou estilos de época para a compreensão, percepção e degustação do fenômeno literário no seu estado, no Brasil e no mundo. Quais os autores que mais o influenciaram? Cite alguns poetas e/ou escritores pelos quais você tem admiração.
- RESPOSTA: ...Vou citar alguns muito conhecidos, e outros, que talvez, muitos nem tenham ouvido falar. Poetas do RL que admiro - Marcelo Aceti, Francisco Góis, Jacó Filho. Estou citando apenas aqueles com quem tenho mais afinidade e maior aproximação. Isso não significa desvalorizar os demais.
Poetas por quem tenho admiração – Vinícius de Moraes, Jorge Amado, Augusto Cury, Luiz Otávio (Gilson de Castro), Arlindo Tadeu Hagen, Therezinha Dieguez Brisolla, Dilson Ferreira da Silva, Gonçalves Dias, Bruno Gimenes, Guilherme de Almeida, .
Causaram-me grande influência – Antoine de Saint Exupèry (1º), Vinícius de Moraes (2º), Paul Geraldy, J. G. de Araújo Jorge, José Mauro Vasconcelos, Monteiro Lobato, Richard Bach, Françoise Sagan, Maria Alzira Perestello.
Autores indispensáveis – Antoine de Saint Exupèry, Vinícius de Moraes, Olavo Bilac, Jorge Amado,
08- Hoje em dia, com as facilidades do mundo moderno, cheio de mil e sempre mais uma opções (ou “opções”), ainda há espaço para a poesia, diante da variedade de coisas, muitas delas de qualidade duvidosa , oferecidas diariamente para as pessoas? Qual é o sentido de escrever poesia hoje, numa sociedade regida pela mídia e pelo mercado? Dá para acreditar em alguma coisa hoje? Alguma utopia?
- RESPOSTA: ...Creio que a poesia nunca perderá seu sentido. Algumas pessoas podem até nem admirá-la. E daí? Nunca que a poesia foi admirada por todos! Não enxergo nenhuma desvantagem da variedade de informações bombardeada diariamente nas pessoas. Pelo contrário. É uma forma de elas ficarem mais informadas, mais cultas. É uma questão de saber e conseguir selecionar. As pessos mais bem preparadas o fazem. Então, que se alcance mais pessoas. Que se divulgue mais. O RL é um ótimo veículo. Mas existem outros. O “Oceano das Letras”, por exemplo. Ou ainda, a Casa do Poeta e da Poesia. Entre muitos outros.
09- Existe algum poema, frase ou pensamento que sempre o acompanhou ou acompanha por toda a vida? Qual ou quais?
- RESPOSTA: ...Sim. Hoje já não mais tanto. Mas já foi minha companhia de quase todas as horas. “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.” “Todas as pessoas grandes já foram crianças um dia, mas poucas se lembram disso.”
10- Como tem sido o interesse por suas obras já publicadas, se já as tem? Os leitores têm procurado muito por elas? Quem são as pessoas que a procuram? Vale a pena lutar pela cultura e literatura, especialmente a poesia ?
- RESPOSTA: ...Muito pouca procura. A literatura, infelizmente, não é um bem de consumo. Algumas pessoas se destacam da massa. Estas, procuram por poesia. Vez por outra aparece alguém para adquirir um livro. Mas no RL vendi para muito poucas pessoas. E, para as pessoas que comentam os meus textos, creio que só para uma ou duas pessoas. Você acredita que uma dessas pessoas do RL, a quem eu comprei dois dos seus livros, não teve sequer a atenção de adquirir o meu, nem mesmo como uma forma de retribuição?
As pessoas que procuram, são, em geral, pessoas ligadas à literatura, mas nunca me preocupei em saber informações detalhadas a respeito de nenhuma.
11- Qual(is) você considera que seja(m) o(s) seu(s) melhor(es) poema(s)? Cite um trecho dele(s).
- RESPOSTA: ... Não tenho um predileto. Gosto de todos. Entretanto, alguns considero mais ao gosto do público, digamos assim. Um deles é “Querer-te”, que escrevi para a minha esposa, antes dela assim se tornar.
Querer-te
É coisa de cabeça,
De desejo,
De sentimento,
De volúpia,
De inquietação. (...)
12- O que você acha da utilização da internete e de outros meios ditos modernos para a divulgação de obras e autores? O livro corre algum perigo de extinção?
- RESPOSTA: ... Considero maravilhosa! A maior invenção do século passado. Não creio que o livro corra algum risco. Refiro-me ao livro de papel.
Caso esse risco existisse, já teria havido tempo, de ao menos diminuir a impressão de livros, mas isso não ocorreu, pelo que tenho notícia. O e-book é uma realidade hoje, tão presente quanto o carro ou o avião como meios de transporte. Eles fizeram por acaso, o trem desaparecer? Pelo contrário. Os trens e os metrôs hoje, são uma realidade cada vez mais presente na vida das pessoas. O avião e o carro são invenções bem mais antigas que a internet. E o e-book é mais recente que a internet. Da invenção da internet para cá já vão mais de 50 anos. E tudo continua como dantes.
13- Você tem participação em concursos literários ? Como a poesia marca seu dia-a-dia e sua vida? E quais as dificuldades enfrentadas por um escritor poeta para publicar sua(s) obra(s)?
- RESPOSTA: ... Sim, participo de vários concursos, já tendo sido vitorioso em alguns, principalmente de Trovas. A poesia está presente em quase todos os momentos de minha vida. Diariamente componho alguma coisa.
Para publicar-se hoje, nem mais o dinheiro é empecilho.
14- Parece que as pessoas, comumente, não veem da melhor forma possível o “novo” nas artes em geral. Por que isso acontece? Qual a sua opinião sobre a inovação na poesia e nas artes? Há perigos na busca constante por inovação? Você acha que esta tendência se acentuou nos últimos anos?
- RESPOSTA: ... Não é só nas artes, caro poeta. É em tudo! Há uma resistência natural ao novo. Inclusive, há uma lei da Física que explica isso. É a Lei da Inércia, que diz que todo corpo tende a conservar o estado de movimento em que se encontra. E assim acontece em toda a Natureza. É uma condição da matéria. Não há como fugir dela.
Temos uma tendência inata de não mudar nada. É mais cômodo. Eu, particularmente, estou sempre experimentando coisas novas. E esta é uma tendência dos jovens. Foi por isso também, que criei um novo estilo de poesia – o Reverbera-Trio, que completou um ano de existência em 05 de abril deste ano. A inovação sempre existiu e continuará. Risco zero para esta continuidade! Ela é muito bem-vinda!
15- Qual o tipo de público que mais aprecia as suas obras? Há interesse das novas gerações pela literatura e cultura, especialmente pela poesia ?
- RESPOSTA: ... Creio mais no público jovem. As pessoas que procuram e se interessam pela minha obra é mais de pessoas jovens. Dificilmente alguém já idoso se interessa. Talvez, pela própria tendência dos jovens de buscar o novo, o desconhecido.
16- Qual é o seu olhar sobre a arte (contemporânea)? Como você vê a situação atual da literatura no seu estado? E no Brasil? Existe apoio de algum tipo ou mesmo incentivo para a produção cultural, literária e, especialmente, de poesia?
- RESPOSTA: ... Olho com satisfação o artista contemporâneo, desde que não tenha com interesses políticos, e, principalmente, que não seja comunista. Uma filosofia e um regime que não deu certo, e todos, sem exceção, que abraçam este “Lado Negro da Força, são alienados. É um regime que só pratica o mal.
Sobre os apoios, considero os atuais, razoáveis. Vejo alguns concursos que valorizam o poeta, inclusive com prêmios em dinheiro.
17- Que conselhos você daria para quem está iniciando na área da literatura e de poesia?
- RESPOSTA: ... Leia! Leia muito. Boas obras. De preferência as mais antigas que são, na grande maioria das vezes, melhores e mais bem escritas.
Olavo Bilac, Machado de Assis, Guimarães Rosa, entre outros.
- Agora, jogo rápido para as perguntas/respostas seguintes:
18- O que te faz feliz?
RESPOSTA: ... Estar ao lado de minha esposa.
19- Um momento que definiu sua vida?
RESPOSTA: ... Ter encontrado ela na minha vida.
20- Qual a sua maior qualidade?
RESPOSTA: ... A pureza de alma.
21- E seu maior defeito?
RESPOSTA: ... O perfeccionismo.
22- Quem te inspira?
RESPOSTA: ... Ela, minha esposa.
23- Melhor conselho que já deu?
RESPOSTA: ... Não sei. Essa pergunta você deve fazer às pessoas a quem eu já aconselhei.
24- Do que você tem orgulho?
RESPOSTA: ... De ter sido o fundador da Seção da União Brasileira de Trovadores em Recife – PE.
25- Tipo de gente que você tem dificuldade de conviver?
RESPOSTA: ... Pessoas falsas.
26- Qual a melhor década? E por que?
RESPOSTA: ... A década de 60, pois foi nela que conheci minha esposa, e foi nela em que vivi os melhores anos de minha vida, e assisti aos melhores filmes. Foi nela que conheci os Beatles, foi nela que se criou a internet, e tantas coisas mais, que se fosse enumerar ía ser muito longo.
27- O melhor dos anos 80?
RESPOSTA: ... Foi a década em que realizei um dos três objetivos que tinha traçado para mim enquanto adolescente. Concluir o curso de Psicologia. Foi nela que vivi a alegria de ser pai pela primeira vez.
28- E o melhor dos anos 90?
RESPOSTA: ... Marcantes foram o nascimento de minha filha, mas houve algo muito negativo – o confisco do dinheiro pelo governo Collor, trazendo anos negros na vida de muita gente.
29- Um sonho?
RESPOSTA: ... Já ouviu falar que sonho é uma coisa que não deve ser contada antes de realiza-lo?
30- Qual a característica mais importante em uma mulher?
RESPOSTA: ... A sinceridade.
31- E em um homem?
RESPOSTA: ... A sinceridade.
32- O que mais aprecia em seus amigos?
RESPOSTA: ... A sinceridade.
33- O que seria a maior das tragédias?
RESPOSTA: ... A esterilidade das mulheres de todo o mundo.
34- Maior conquista como profissional?
RESPOSTA: ... Foram tantas! É difícil enumerar apenas uma, mas foi muito marcante, receber homenagens de algumas turmas, para as quais lecionei, como reconhecimento por ser um dos professores a se destacar na história de vida daqueles alunos.
35- Ideia de felicidade:
RESPOSTA: ... Felicidade é um momento em que estamos em paz com a nossa consciência. Ou ainda, ao realizarmos algo grandioso, que torne outras pessoas felizes.
36- Maior conquista até agora?
RESPOSTA: ... Ter formado uma família.
37- Qual o defeito mais fácil de perdoar?
RESPOSTA: ... A teimosia.
38- E a maior das qualidades?
RESPOSTA: ... Honestidade.
39- O que é sagrado para você?
RESPOSTA: ... Deus.
40- Quais são seus filmes preferidos?
RESPOSTA: ... Bem, estou entendendo a pergunta como para querer saber os melhores filmes que vi. Bem, o melhor filme ao qual assisti até hoje foi “Sempre aos Domingos” de Serge Bourguignon, com Patricia Gozzi e Hardy Krüger. O segundo é “Profanação”, um filme grego de Jules Dassin, com Melina Mercuri. E o terceiro foi “Amor, sublime amor” de Robert Wise, com Natalie Wood e Richard Beymer. Todos 3 filmes vistos em 1966, ou seja, na década de 60
41- Indique 5 (ou mais) livros de que você gostou bastante.
RESPOSTA: ... O primeiro é “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint Exupèry, o segundo é “O diário de Anne Frank” por ela própria, editado pelo seu pai, o terceiro é “Dibs, em busca de si mesmo” de Virginia M. Axline, o quarto é “Fernão Capelo Gaivota” de Richard Bach e o quinto, “O meu pé de laranja-lima” de José Mauro Vasconcelos. Mas posso citar ainda, dos que li recentemente: A arca de Noé (Vinícius de Moraes), O nobre deputado (Márlon Reis), Arquitetura dos Sentidos (Bartyra Soares), Versilêncios (Gerusa Leal), A menina que roubava livros (Markus Zusak), A resposta (Kathryn Stockett), Barulhos (Ferreira Gullar), As esganadas (Jô Soares), a releitura de Brida (Paulo Coelho), Minha doce Paris (Amy Thomas), A noiva do tigre (Téa Obreht), Sempre tua (Florbela Espanca), Pense e enriqueça (Napoleon Hill).
42- O que lhe tira do sério?
RESPOSTA: ...Pessoas que escrevem errado ou que me obrigam a fazer coisas inúteis.
43- O que não entra em sua casa?
RESPOSTA: ... Gatos
44- Segredo para o sucesso profissional?
RESPOSTA: ... Competência e honestidade.
45- Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo?
RESPOSTA: ... Eu próprio
46- Que superpoder gostaria de ter?
RESPOSTA: ... Nenhum
47- Indique um (ou uns - 5 – ou mais) livros que você leu recentemente e gostou muito e 3 que você gostaria de ler ou ainda pretende ler.
RESPOSTA: ... A primeira parte da pergunta já foi respondida em outra pergunta anterior. Os que pretendo ler em breve: “O livro do Jô” (biografia não autorizada), “Canta sabiá!” (Carolina Ramos) e “A oração mais poderosa de todos os tempos” (Bruno Gimenes).
48- O que acha do pensamento de Salamah Mussa, de que "Não é a beleza o objetivo da literatura e sim a humanidade"?
RESPOSTA: ... Não concordo totalmente, embora considere a humanidade entre os objetivos da literatura, mas considero também a beleza, fundamental, pois é o belo que se admira. Se a beleza for relegada, a literatura perderá parte de sua visibilidade.
49- O que diz sobre a expressão de Paul Valéry, “O objetivo profundo do artista é dar mais do que aquilo que tem”?
RESPOSTA: ... Discordo. Dar mais do que o que tem é quase um suicídio.
50- Concorda (ou não), numa perspectiva geral, visto que o autor (o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre) também foi literato (engajado), que “A existência precede a essência”? Qual (ou quais) o(s) seu(s) "mote"(s)/pensamento(s) preferido(s)? E o que pensa sobre literatura (especialmente poesia) engajada?
RESPOSTA: ... Não concordo com Sartre neste aspecto. A essência é o âmago do ser. É a alma. Como algo pode preceder a alma? Nem mesmo Deus a precede, pois ela é o próprio Deus, isto é, ela é a Sua essência.
Meu mote preferido está na página de abertura do meu site no RL. É um pensamento do meu xará Einstein.
“A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original.”
51- Qual(is) você considera que seja(m) a(s) sua(s) maior(es) qualidade(s) como escritor/a/poeta/isa?
RESPOSTA: ... Escrever com correção, embora, vez por outra, flagre erros meus em textos publicados. Seja por distração, falta de cuidado, não revisão, ou até mesmo desconhecimento.
52- Para finalizar, expresse algo que deseja tornar público e que ainda não tenha sido mencionado anteriormente ou que você queira destacar. Palavra aberta, à vontade.
RESPOSTA: ... Não tenho o que dizer mais. Nunca tinha participado de entrevista tão extensa e tão abrangente quanto esta.
Só acrescentaria que foi uma honra ter sido escolhido, entre tantos poetas e poetisas de tanto valor, e com muito mais visibilidade do que eu, para inaugurar esta modalidade de textos deste poeta tão popular chamdo Zé Bezerra.
Obrigado. Paz e bem!
Alberto Valença Lima
Grato pela entrevista
Zé Bezerra
Alberto Valença Lima
Enviado por Alberto Valença Lima em 15/09/2022