Entrevista com Alberto Valença na Arca Literária
Entrevista:
1. Fale-nos um pouco de você.
Sou uma pessoa simples e, ao mesmo tempo, complexa. É difícil falar de si próprio mas, sou simples nos meus costumes, gostos, comportamentos. Por exemplo, não sou de rejeitar qualquer comida, não sou exigente nos lugares que frequento; não me considero superior a ninguém mas, por outro lado, também sou uma pessoa complexa pois, sou muito perfeccionista. As coisas que faço sempre têm que estar impecáveis. Os textos que escrevo não devem conter erros de nenhuma espécie. Claro que podem acontecer pois, somos humanos e todos cometemos falhas e, pode passar algum erro sem que eu note mas, logo que descubro, tento corrigir. Gosto muito de música e, nesta questão, sou sofisticado pois não gosto de toda música. Gosto muito de música erudita, ou seja, a música clássica. Gosto também de música popular como as de Vinícius de Moraes, Toquinho, Maria Bethânia, Chico Buarque, Djavan e muitas outras desse gênero. Não tolero músicas dessas chamadas “duplas sertanejas”. Gosto da poesia e do cinema.
2. O que vc fazia/faz além de escrever? De onde veio a inspiração para a escrita?
Bem, como todos que escrevem, eu também leio muito. O que me cai nas mãos estou lendo. Adoro ler, desde criança. Leio muito. Ultimamente tenho registrado através do Skoob, os livros que tenho lido e tenho descoberto que leio muito pouco, embora passe cerca de 40% do meu tempo lendo mas, no ano passado, por exemplo, só li 28 livros e este ano, até agora, só li dez. Alem de ler e escrever, passo cerca de 40% do meu tempo vendo filmes. Gosto muito de cinema. Quanto a inspiração, ela vem dos mais diversos lugares. Tanto das leituras que faço, como dos filmes aos quais assisto, como do meu dia-a-dia, isto é, das coisas que vivencio ou ouço falar que alguém vivenciou.
3. Qual a melhor coisa em escrever?
Creio que a melhor coisa é poder registrar aquilo que está se passando em sua mente, é deixar uma marca para o futuro. Uma coisa que se escreve é como um filho que geramos. É uma marca, é um pedacinho de nós que tornamos visível.
4. Você tem um cantinho especial para escrever? (envie-nos uma foto)
Não, não tenho um cantinho especial para escrever. Escrevo em qualquer lugar e a qualquer momento. E, algumas vezes já perdi boas inspirações por não ter como escrever, por estar em algum lugar onde não poderia dispor nem de caneta nem de lápis. Isso já aconteceu algumas vezes na minha vida. Mas nunca precisei de um lugar especial para escrever.
5. Qual seu gênero literário? Já tentou passear em outros gêneros?
Não tenho um gênero literário que possa dizer: este é o meu gênero literário. Nunca elegi um. Aprecio vários gêneros e, um deles é a poesia que, só recentemente, vim produzir de modo mais constante. Mas, na adolescência, compus alguns versos. Cheguei até a compor algumas notas de uma música. Mas na música, nunca fui além dessas poucas notas. Já a poesia, eu passei a criar mais e mais poemas, a ponto de hoje, já ter cerca de duzentas poesias.
Já escrevi em outros gêneros sim. Já enveredei pelos contos, por exemplo. Também já me aventurei nas crônicas mas, nunca me aventurei no romance, embora seja um dos meus futuros projetos.
6. Fale-nos um pouco sobre seu(s) livro(s). Onde encontra inspiração para título e nomes dos personagens?
É muito difícil para mim falar do meu próprio livro mas, vou começar dizendo como ele aconteceu. No ano passado recebi uma mensagem do editor, Gilberto Martins, no Recanto das Letras onde publico algumas de minhas poesias. Ele dizia ter gostado muito de uma delas e falava de um projeto, o Palavra é Arte, para publicação de algumas poesias minhas junto com outros autores. Perguntou se me interessava. Respondi afirmativamente e comecei a escolher entre dez e quinze poesias que seriam publicadas no livro. Selecionei então umas 20 ou 30 poesias. Pedi ajuda a algumas amigas para quem enviei as poesias que havia selecionado, pedindo que, cada uma, escolhesse dez, como melhores daquela seleção. As quinze poesias que foram mais escolhidas foram as que selecionei para enviar para editora. Veio então a fase da correção e diagramação e, finalmente, recebi o meu livro publicado.
7. Qual tipo de pesquisa você faz para criar o "universo" do livro?
Esta pergunta não cabe para o meu livro. Não foi feita pesquisa nenhuma pois o universo do meu livro é muito variado, sendo um universo diferente para cada poesia.
8. Você se inspira em algum autor ou livros para escrever?
Claro, mas nem sempre isso ocorre. Muitas vezes minha inspiração é interna. É claro que aí tem a minha bagagem cultural que, certamente, está impregnada do estilo dos meus autores prediletos.
9. Você já teve dificuldade em publicar algum livro? Teve algum livro que não conseguiu ser publicado?
Não. Pelo contrário. Até tive facilidade. A dificuldade é para divulgar o livro, não para publicar.
10. O que você acha do novo cenário da literatura nacional?
Eu não enxergo um novo cenário. Até porque, não conheci o cenário do passado, isto é, não vivenciei as dificuldades que os escritores encontravam. Não creio porem que fosse muito pior do que agora. O cenário da literatura nacional é lamentável.
11. Recentemente surgiram várias pessoas lançando livros nacionais, uns são muito bons, outros nem tanto, outros são até desesperadores, o que você acha sobre este boom?
. Sobre esta questão eu tenho péssimas experiências. Já comprei um livro na Amazon, por exemplo, que tive uma verdadeira revolta por tê-lo adquirido. Ele não era só mal escrito. Explorava um assunto inteiramente inexpressivo e tinha tantos erros que era mais difícil encontrar o que não estava errado. Em um conjunto de dez páginas cheguei a encontrar mais de trinta erros. Erro de todo tipo. De grafia, de gramática, de concordância, etc. Eu considero isso um absurdo. Uma editora só deveria aceitar publicar um livro com um revisor confiável, com um bom currículo. Caso contrário, deveria ser responsabilizada por danos morais e materiais juntamente com o autor.
12. Qual sua opinião sobre os preços elevados dos livros nacionais?
Considero um absurdo que alguém para ler um livro, tenha que dispender 30, 40, 50 reais e, algumas vezes, até mais que isso. Isto é um forte indício do valor da educação para os nossos governantes. Os livros deveriam ter incentivos e serem distribuídos para todos.
13. Qual livro você falaria: "queria ter tido esta ideia"?
Talvez até já tenha acontecido isso mas, não recordo.
14. Se tivesse que escolher uma trilha sonora para seus livros qual seria? (nome da musica + cantor)
A quinta sinfonia de Beethoven, interpretada pela filarmônica de Berlim.
15. Já leu algum livro que tenha considerado "o livro de sua vida"?
Sim. O Pequeno Príncipe (Exupéry), Dibs, em busca de si mesmo (Virginia M. Axline) e Fernão Capelo Gaivota (Richard Bach).
16. Você tem novos projetos em mente? Se sim, pode falar sobre eles?
Sim. Estou prestes a lançar um livro de poesias só meu que já está em fase final de edição. Também tenho desejo de escrever um livro de contos e, talvez, até um romance. Mas isso é coisa pra longo prazo.
17. Você acompanha as críticas feitas por blogueiros nas redes sociais? O que você acha sobre isso?
Acompanho de alguns sim. A maioria escreve muito mal. Comete erros graves de concordância, de sintaxe, de gramática, etc. Mas aqueles que acompanho escrevem um pouco melhor. Mas é lamentável ler algumas coisas que encontramos por aí.
18. Se pudesse escolher um leitor para seu livro (escritor, alguém que admire) quem seria?
Uma poetisa que admiro muito: Bartyra Soares, acadêmica da Academia Pernambucana de Letras.
19. Qual a maior alegria para um escritor?
Creio que é ver seu livro nas mãos de alguém que não conhece.
20. Deixe uma mensagem a nossos leitores e para aqueles que estejam iniciando no mundo da escrita literária.
Para os leitores, desejo que tenham tantas alegrias quanto já tive na vida lendo os mais variados livros. Para quem desejar um dia escrever um livro, sugiro que leia muito. Muito significa mais do que o normal. Isto é, se você está acostumado a ler 1 livro por mês, leia 10. Se está acostumado a ler 10, leia 20 ou 30. O maior amigo de um escritor é um livro permanente nas mãos para ler.
Alberto Valença Lima
Publicada na Arca Literária em 13/07/2016
Para conferir veja no link abaixo.
http://www.arcaliteraria.com.br/alberto-valenca-lima-3/
Entrevista:
1. Fale-nos um pouco de você.
Sou uma pessoa simples e, ao mesmo tempo, complexa. É difícil falar de si próprio mas, sou simples nos meus costumes, gostos, comportamentos. Por exemplo, não sou de rejeitar qualquer comida, não sou exigente nos lugares que frequento; não me considero superior a ninguém mas, por outro lado, também sou uma pessoa complexa pois, sou muito perfeccionista. As coisas que faço sempre têm que estar impecáveis. Os textos que escrevo não devem conter erros de nenhuma espécie. Claro que podem acontecer pois, somos humanos e todos cometemos falhas e, pode passar algum erro sem que eu note mas, logo que descubro, tento corrigir. Gosto muito de música e, nesta questão, sou sofisticado pois não gosto de toda música. Gosto muito de música erudita, ou seja, a música clássica. Gosto também de música popular como as de Vinícius de Moraes, Toquinho, Maria Bethânia, Chico Buarque, Djavan e muitas outras desse gênero. Não tolero músicas dessas chamadas “duplas sertanejas”. Gosto da poesia e do cinema.
2. O que vc fazia/faz além de escrever? De onde veio a inspiração para a escrita?
Bem, como todos que escrevem, eu também leio muito. O que me cai nas mãos estou lendo. Adoro ler, desde criança. Leio muito. Ultimamente tenho registrado através do Skoob, os livros que tenho lido e tenho descoberto que leio muito pouco, embora passe cerca de 40% do meu tempo lendo mas, no ano passado, por exemplo, só li 28 livros e este ano, até agora, só li dez. Alem de ler e escrever, passo cerca de 40% do meu tempo vendo filmes. Gosto muito de cinema. Quanto a inspiração, ela vem dos mais diversos lugares. Tanto das leituras que faço, como dos filmes aos quais assisto, como do meu dia-a-dia, isto é, das coisas que vivencio ou ouço falar que alguém vivenciou.
3. Qual a melhor coisa em escrever?
Creio que a melhor coisa é poder registrar aquilo que está se passando em sua mente, é deixar uma marca para o futuro. Uma coisa que se escreve é como um filho que geramos. É uma marca, é um pedacinho de nós que tornamos visível.
4. Você tem um cantinho especial para escrever? (envie-nos uma foto)
Não, não tenho um cantinho especial para escrever. Escrevo em qualquer lugar e a qualquer momento. E, algumas vezes já perdi boas inspirações por não ter como escrever, por estar em algum lugar onde não poderia dispor nem de caneta nem de lápis. Isso já aconteceu algumas vezes na minha vida. Mas nunca precisei de um lugar especial para escrever.
5. Qual seu gênero literário? Já tentou passear em outros gêneros?
Não tenho um gênero literário que possa dizer: este é o meu gênero literário. Nunca elegi um. Aprecio vários gêneros e, um deles é a poesia que, só recentemente, vim produzir de modo mais constante. Mas, na adolescência, compus alguns versos. Cheguei até a compor algumas notas de uma música. Mas na música, nunca fui além dessas poucas notas. Já a poesia, eu passei a criar mais e mais poemas, a ponto de hoje, já ter cerca de duzentas poesias.
Já escrevi em outros gêneros sim. Já enveredei pelos contos, por exemplo. Também já me aventurei nas crônicas mas, nunca me aventurei no romance, embora seja um dos meus futuros projetos.
6. Fale-nos um pouco sobre seu(s) livro(s). Onde encontra inspiração para título e nomes dos personagens?
É muito difícil para mim falar do meu próprio livro mas, vou começar dizendo como ele aconteceu. No ano passado recebi uma mensagem do editor, Gilberto Martins, no Recanto das Letras onde publico algumas de minhas poesias. Ele dizia ter gostado muito de uma delas e falava de um projeto, o Palavra é Arte, para publicação de algumas poesias minhas junto com outros autores. Perguntou se me interessava. Respondi afirmativamente e comecei a escolher entre dez e quinze poesias que seriam publicadas no livro. Selecionei então umas 20 ou 30 poesias. Pedi ajuda a algumas amigas para quem enviei as poesias que havia selecionado, pedindo que, cada uma, escolhesse dez, como melhores daquela seleção. As quinze poesias que foram mais escolhidas foram as que selecionei para enviar para editora. Veio então a fase da correção e diagramação e, finalmente, recebi o meu livro publicado.
7. Qual tipo de pesquisa você faz para criar o "universo" do livro?
Esta pergunta não cabe para o meu livro. Não foi feita pesquisa nenhuma pois o universo do meu livro é muito variado, sendo um universo diferente para cada poesia.
8. Você se inspira em algum autor ou livros para escrever?
Claro, mas nem sempre isso ocorre. Muitas vezes minha inspiração é interna. É claro que aí tem a minha bagagem cultural que, certamente, está impregnada do estilo dos meus autores prediletos.
9. Você já teve dificuldade em publicar algum livro? Teve algum livro que não conseguiu ser publicado?
Não. Pelo contrário. Até tive facilidade. A dificuldade é para divulgar o livro, não para publicar.
10. O que você acha do novo cenário da literatura nacional?
Eu não enxergo um novo cenário. Até porque, não conheci o cenário do passado, isto é, não vivenciei as dificuldades que os escritores encontravam. Não creio porem que fosse muito pior do que agora. O cenário da literatura nacional é lamentável.
11. Recentemente surgiram várias pessoas lançando livros nacionais, uns são muito bons, outros nem tanto, outros são até desesperadores, o que você acha sobre este boom?
. Sobre esta questão eu tenho péssimas experiências. Já comprei um livro na Amazon, por exemplo, que tive uma verdadeira revolta por tê-lo adquirido. Ele não era só mal escrito. Explorava um assunto inteiramente inexpressivo e tinha tantos erros que era mais difícil encontrar o que não estava errado. Em um conjunto de dez páginas cheguei a encontrar mais de trinta erros. Erro de todo tipo. De grafia, de gramática, de concordância, etc. Eu considero isso um absurdo. Uma editora só deveria aceitar publicar um livro com um revisor confiável, com um bom currículo. Caso contrário, deveria ser responsabilizada por danos morais e materiais juntamente com o autor.
12. Qual sua opinião sobre os preços elevados dos livros nacionais?
Considero um absurdo que alguém para ler um livro, tenha que dispender 30, 40, 50 reais e, algumas vezes, até mais que isso. Isto é um forte indício do valor da educação para os nossos governantes. Os livros deveriam ter incentivos e serem distribuídos para todos.
13. Qual livro você falaria: "queria ter tido esta ideia"?
Talvez até já tenha acontecido isso mas, não recordo.
14. Se tivesse que escolher uma trilha sonora para seus livros qual seria? (nome da musica + cantor)
A quinta sinfonia de Beethoven, interpretada pela filarmônica de Berlim.
15. Já leu algum livro que tenha considerado "o livro de sua vida"?
Sim. O Pequeno Príncipe (Exupéry), Dibs, em busca de si mesmo (Virginia M. Axline) e Fernão Capelo Gaivota (Richard Bach).
16. Você tem novos projetos em mente? Se sim, pode falar sobre eles?
Sim. Estou prestes a lançar um livro de poesias só meu que já está em fase final de edição. Também tenho desejo de escrever um livro de contos e, talvez, até um romance. Mas isso é coisa pra longo prazo.
17. Você acompanha as críticas feitas por blogueiros nas redes sociais? O que você acha sobre isso?
Acompanho de alguns sim. A maioria escreve muito mal. Comete erros graves de concordância, de sintaxe, de gramática, etc. Mas aqueles que acompanho escrevem um pouco melhor. Mas é lamentável ler algumas coisas que encontramos por aí.
18. Se pudesse escolher um leitor para seu livro (escritor, alguém que admire) quem seria?
Uma poetisa que admiro muito: Bartyra Soares, acadêmica da Academia Pernambucana de Letras.
19. Qual a maior alegria para um escritor?
Creio que é ver seu livro nas mãos de alguém que não conhece.
20. Deixe uma mensagem a nossos leitores e para aqueles que estejam iniciando no mundo da escrita literária.
Para os leitores, desejo que tenham tantas alegrias quanto já tive na vida lendo os mais variados livros. Para quem desejar um dia escrever um livro, sugiro que leia muito. Muito significa mais do que o normal. Isto é, se você está acostumado a ler 1 livro por mês, leia 10. Se está acostumado a ler 10, leia 20 ou 30. O maior amigo de um escritor é um livro permanente nas mãos para ler.
Alberto Valença Lima
Publicada na Arca Literária em 13/07/2016
Para conferir veja no link abaixo.
http://www.arcaliteraria.com.br/alberto-valenca-lima-3/