UMA ENTREVISTA/HOMENAGEM FEITA A MIM
A entrevista a seguir, trata-se de uma atividade escolar realizada pelas estudantes KASSANDRA, HELLEN e KAROL, alunas do 2° ano do ensino médio. Para tal, elas traçaram o meu perfil artístico/biográfico e também me entrevistaram de forma bastante inteligente. Eis, portanto, o resultado de seu trabalho.
O APRENDIZ DE POETA
O estudante de Jornalismo Paulo Seixas autodefine-se como um “amante da liberdade” e procura ter sempre um autocontrole em qualquer situação inusitada.
Paulo Albino Vieira nasceu no Rio de Janeiro, no dia 01 de fevereiro de 1973, e aos 03 anos de idade veio morar em Queimadas, Paraíba. Em 1998 mudou-se para o Rio de Janeiro e lá permaneceu por mais de uma década. Ingressou na Faculdade de Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba há três anos, e desde então procura divulgar seus trabalhos literários entre Campina Grande e Queimadas, além de utilizar as ferramentas da rede mundial (internet) para apresentar suas produções e opiniões.
Seus trabalhos literários, como acrósticos, cordéis, memórias, crônicas e outros textos são apenas alguns dos sinais, das constatações, da verdadeira alma de um poeta, que como todos os poetas, são considerados loucos, anormais, sonhadores, por terem a coragem e a sabedoria de viver e dizer o que sentem, sem se preocupar com a formalidade de uma sociedade que se diz culta, mas que despreza e não valoriza os verdadeiros valores que transformam um ser pensante em alguém de caráter, solidário, realmente digno de receber a denominação de “ser humano”.
Enfim, o poeta, ou melhor, como ele mesmo gosta de autodenominar-se, o “aprendiz de poeta” Paulo tem muito a nos dizer. Talvez uma palavra, um momento dele também tenha algo que possa alegrar, fazer você reviver ou viver com mais prazer, mais disposição. Porque irreverência e sinceridade são seus sinônimos mais que perfeitos.
Quando você descobriu-se “amante das letras”? A escolha do seu curso tem a ver com seu dom de escrever?
- Acredito que desde criança eu tenha desenvolvido esse meu apreço literário, essa minha paixão, diria até exarcebada, pela Língua Portuguesa. E, independentemente ou não do meu Curso de Jornalismo, eu poderia até escolher algo na área de Exatas que, mesmo assim, não deixaria de produzir minhas rimas.
Quem são seus ídolos, ou melhor, inspiradores em suas composições literárias, em seu modo de viver, de encarar o presente e o futuro?
- Olha, para esta pergunta a resposta é quase que instantânea: Raul Seixas. Este que sempre me inspirou através de suas ideias, seus pensamentos, suas ideologias, enfim, todo um arcabouço teórico/filosófico que até hoje me influencia diretamente.
Estar cursando Jornalismo mudou sua visão de mundo, ou seja, a universidade mudou suas opiniões quanto ao que você deseja profissional e pessoalmente para o seu amanhã ou o seu hoje?
- O Curso em si não me faria desistir ou mudar uma opinião há muito consolidada. Mas não há como negar que uma faculdade nos mostra um novo universo, uma nova realidade, revelando quase sempre uma nova forma de enxergar o mundo.
Quais as vantagens e desvantagens de ser poeta dentro de uma sociedade que pouco valoriza a literatura?
- Bom, eu nunca imaginei algum dia viver ou depender financeiramente de minhas pequenas produções literárias. Escrevo para o meu blog, produzo meus cordéis, meus poemas, tudo de forma bem amadora, sem visar nenhum retorno para tanto. E é aí onde está o desafio, de propagar o gosto pela leitura a todos através de uma proposta diferente, visando apenas e tão somente uma retribuição emocional.
Ao concluir seu curso superior, quais são suas pretensões profissionais?
- A minha meta é prosseguir em um Mestrado. Gostaria muito de poder lecionar. Creio que esta seja minha verdadeira vocação.
Que conselho você daria aos estudantes do Ensino Médio que pretendem cursar uma universidade?
- Sempre converso com alunos que se encontram na reta final do Ensino Médio, os denominados “feras”. E o meu conselho é invariavelmente o mesmo, afirmando que dentre tantas escolhas nesta vida, cursar uma faculdade está entre as quais ninguém jamais se arrepende. O mercado de trabalho está cada vez mais exigente, e nem mesmo a garantia de uma formação universitária é o bastante atualmente.
Por que é tão difícil viver profissionalmente como poeta, cordelista e escritor, ou melhor, conseguir divulgar seus trabalhos na Paraíba?
- Como já disse, eu não me imagino vivendo de escrever cordéis ou qualquer outra coisa parecida, para tanto eu distribuo gratuitamente o material que produzo, com a ajuda de patrocinadores. Por outro lado, eu sequer tenho resposta para esta pergunta. Talvez, ou certamente, isso se remeta às questões culturais. Onde, sabendo-se que o brasileiro é um povo que culturalmente lê menos do que o necessário, aqui na Paraíba este problema parece multiplicar-se.
Você acha que ainda é possível desenvolver o gosto pela leitura dentro das escolas queimadenses?
- Creio que tudo deve começar na infância, devendo haver estímulo principalmente por parte dos pais. A criança quando está em processo de aprendizagem, de ler e de escrever, necessita de acompanhamento integral, e cabe aos pais apresentá-la o quanto antes ao mundo das revistas em quadrinhos, dos contos infantis, fábulas e até dos cordéis, que é a literatura da terra. O professor, por sua vez, apenas guiará o estudante naquilo que ele já desenvolvera em casa.
Dentre seus trabalhos literários, qual gênero você prefere ou tem maior facilidade para desenvolver? Até hoje, qual trabalho você destacaria?
- Eu adoro elaborar rimas, independentemente do formato do poema ou da poesia propriamente dita. Não sigo nenhuma corrente literária, escrevo do meu jeito, gosto de liberdade para poder me expressar. O meu projeto “Acrósticos Diversos” é algo em que aposto para o futuro.
Dentro da área de Comunicação, em que linha você pretende atuar? Já decidiu ou percebeu em que gostaria de se profissionalizar?
- Quanto a isso, só existe algo de concreto: eu não pretendo exercer o Jornalismo. Seja televisão, rádio ou impresso. Não gosto de trabalhar sob pressão e tampouco, consigo render nada desta forma.
Queimadas, 15/maio/2012