Hoje entrevistamos Cleomar Souza Ferreira ou Cleo Ferreira, nascido em 19/04/1961, na cidade de Jequié, Bahia, reside em São Paulo, Capital, casado, economista de formação e funcionário público por ocupação. Cleo é autor de 400 textos cujos os mais lidos são: A morte pediu carona; Por um fio;Passeio insólito;Síndrome de Estocolmo;Homem objeto;Último vagão;Limbo; Com adoçante?, entre outros.
* A entrevista foi realizada por e-mail, e o autor foi bastante solícito ao respondê-la.
* A entrevista foi realizada por e-mail, e o autor foi bastante solícito ao respondê-la.
RE- Quando você começou a escrever?
CF-Na adolescência, embora meus textos dessa época fossem autênticas drogas.
RE- Recebeu algum incentivo para escrever ou iniciou sozinho?
CF-Sozinho. Até hoje sou um outsider.
RE-Quais são os autores que de certa forma influenciam a sua escrita?
CF-Normalmente quem eu esteja lendo no momento (risos). Para escrever minis, Marcelino Freire, Dalton Trevisan e João Gilberto Noll. Contos mais longos, acho que ainda não possuo estilo suficiente para dizer que alguém me influencie. Adoro o Cortázar e o Edgar Allan Poe.
RE-Quais são os elementos que você julga essenciais para classificarmos um conto de terror como excelente?
CF-Como Robert Bloch, acho o terror limitado como gênero literário. Para ampliar um pouco dá para jogar no mesmo saco ficção científica, fantasia, etc. Medo e culpa, mais que quaisquer outras características são,ao meu ver, as duas molas mestras para te nortear. É o que todo ser humano sente primordialmente. Depois, um bom enredo e coisas sugeridas.
RE-Fale um pouco da motivação para escrever o conto de terror A morte pede carona.
CF-Sempre considerei interessante a profissão de caminhoneiro, apesar das agruras que se ouve a respeito. Moro numa cidade onde o trânsito é infernal e dar uma carona, às vezes, pode representar encrenca. Gostei muito da caracterização do De Niro em “Coração Satânico”. Fui juntando esses elementos. Se você notou, deixo uma pista do desfecho para o conto quando digo que o motorista contrariou as regras e pegou um carona. É um cara burlador de regras. Daí...
RE-Você escreveu algum texto de que goste bastante? Qual é? Nos explique o motivo dessa preferência?
CF-Dois: “Síndrome de Estocolmo”, um mini que você o lê e há várias coisas além do que está escrito e “Uma Folha Cai”, também mini, e que eu considero uma ode ao outono que é uma bela estação.
RE-Quais são os escritores que você admira no Recanto das Letras?
CF-Vários. Citarei alguns e algumas: Giu Santos, para mim o melhor escritor do RL (se você puder entrevistá-lo, agradeço), André Rafanhin, Ariano, Zekinha e Marcio Felix; Andréa Duarte, Dolce Vita MARINA ALVES, Eliane Verica, Nuelle e Zelia Maria Freire, entre as mulheres. Perdão aos que omiti.
RE-Como você considera a relação autor-texto-público?
CF-Nunca pensei a respeito, confesso. Mas acho importante. Gosto quando comentam: e podem ser críticos, por favor!
RE-Você tem algum ritual para começar a escrever?
CF-Sim e não! Abro o Word ou carrego comigo folhas de sulfite dobradas. Despejo na tela do computador ou no pedaço de papel tudo de uma vez e a partir daí, obsessivamente, passo a burilar o texto final.
RE-Que dica você daria para um escritor inciante?
CF-Dicas. 1 – leia muito (meu lema-síntese é: leio mais do que posso e menos do que gostaria); 2 – não se deslumbre com os elogios e aceite as críticas. Só não suporte ofensas. 3 – despeje o texto que você estiver escrevendo e a partir de então passe a trabalhá-lo: revise-o, trabalhe cada parágrafo, frase linha, termo (ser amador não é sinônimo de porcaria) e só então publique.
Para conhecer os textos do autor:
http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.phpid=93051&categoria=&lista=lidos