Seguimos com a série de entrevistas dos autores do Recanto das Letras, e com júbilo entrevistamos Rodrigo Brito, cujo pseudônimo é Marquês Rocco Sade, 29 anos,de Goiania , Goiás,  autor de 162 textos muitíssimo lidos, tais como:  Harmonia entre igualdade e liberdade, Uma mulher é para ser amada, Esposa infiel, O padre cansou do celibato, Tripas sentimentais, Poema de um esquizofrênico,entre outos.

* O autor foi afetuosamente solícito ao receber o convite para a entrevista via e-mail. "E para nossa alegria aceitou"..

RE- Quando você começou a escrever textos literários?
MRS-Eu diria que comecei escrever no fim da adolescência, por volta dos 17 anos. Todavia, o amor às palavras sempre me acompanhou desde a mais tenra idade, quando criança enchia o caderno de versos que eu achava bonito.
 
RE-Recebeu algum incentivo escrever ou iniciou sozinho?
MRS-Comecei escrever sozinho, pois minha família não é muito ligada à literatura e a Arte em geral (afinal vim de uma família de lavradores), mas tudo me serviu de inspiração. Inicialmente a escrita foi uma espécie de fuga e desabafo, posteriormente outro horizontes se abriram, hoje escrevo mais por prazer.
 
RE-Quais são os autores que de certa forma influenciam a sua escrita?
MRS-É injusto de minha parte citar apenas alguns, pois muitos contribuíram e continuam contribuindo e novos a cada dia são acrescentados a lista. Mas vamos lá, citarei: A Bíblia, por ser um Best Seller repleto de suspense, tragédia e sensualidade, algo muito além da fé. Hilda Hilst, por sua poesia íngreme, áspera e obscena (minha relação com Hilda é algo que foge do campo intelectual é uma coisa passional). Drummond, Florbela Espanca e forte influência da filosofia existencialista.
 
RE-Quais são os elementos que você julga essenciais para classificarmos uma poesia como excelente?
MRS- A poesia envolve muita subjetividade, não existe um “padrão de gosto” melhor que outro (que me perdoe minha professora de estética rsrsrs). A boa poesia é aquela que deixa o leitor inquieto, quando o indivíduo ler encontra apenas duas opções: Amar ou odiar, mas não consiga ficar indiferente ao texto.
 
RE-Fale um pouco da motivação para escrever o pensamento Amor necessário e amor contingente.
MRS-Minha motivação foi unicamente pensar as relações afetivas humana. Uma investigação extra moral. Tipo, o que leva a prática do voyeurismo, swing, prostituição, traição, monogamia. O pano de fundo deste pensamento eu diria ser a pergunta; é possível distinguir amor de pulsão sexual? Em outras palavras, é possível amar verdadeiramente uma pessoa física e emocionalmente, e mesmo assim sentir desejo sexual por outra? 
 
RE-Você escreveu algum texto de que goste bastante? Qual é? Nos explique o motivo dessa preferência?
MRS-Pra ser sincero gosto bastante de quase todos, apesar de serem textos amadores. Atendendo a sua pergunta citarei o poema Desejos reprimidos de uma mulher, pois representa bem o convívio social, onde as pessoas abdicam de viverem suas vidas para não serem enquadradas fora do padrão social. Em seu famoso ensaio O mal-estar da civilização, Freud afirma que “... o que chamamos de nossa civilização é em grande por nossa desgraça...”. É uma espécie de apoio moral para mim e em quem mais couber a carapuça.
 
RE-Quais são os escritores que você admira os textos no Recanto das Letras?
MRS-Milena Medeiros e Lorena Karla. E vários outros escritores e escritoras instigantes tenho a satisfação de conhecer no recanto das letras como você Renata rsrsrs.
 
RE-Como você considera a relação autor-texto-público?
MRS-Na verdade nunca parei muito para pensar nessa relação, apenas em melhorar minha escrita. Vamos lá: é uma relação de amor e ódio. Te amarão se gostarem do texto e te queimarão na fogueira se não gostarem. O texto é a arte do escritor e vai depender da sensibilidade estética do criador e daqueles que contemplarão. E vai ser difícil para alguns distinguir o autor de sua obra, mas o público sabe identificar uma boa obra literária. É isso aí (sinto que não consegui responder rsrs).
 
RE-Você tem algum ritual para começar a escrever?
MRS-Gosto de ficar ruminando algum tema na mente, e quando não consigo mais segurar ponho tudo para fora. As vezes gosto de assistir um bom filme para aguçar os sentidos, uma boa música ou simplesmente uma taça de vinho tinto. Durante essa entrevista selecionei algumas músicas de Tim Maia no youtube.
 
RE-Que dica você daria para um escritor iniciante?
MRS-Eu diria para não ficar preso a estrutura dos textos (ex: a métrica de camões), tente inovar, trazer novos elementos para a trama e acima de tudo seja autêntico consigo. E ler os grandes autores, pois como iniciante você terá que subir nos ombros desses gigantes para enxergar mais longe até poder caminhar com as próprias pernas.
 
RE-Que interação você considera somativa e possível no artigo harmonia entre igualdade e liberdade, e as manifestações que ocorrem  no Brasil?
MRS-O fato de sermos indivíduos livres e dispormos de igualdades cívicas nos possibilitam reivindicar nossos direitos. Sem esses fatores não seria possível ouvirmos o clamor de mudanças na estrutura política e social oriundos das ruas. Mas infelizmente não temos lideres políticos capazes de assumir a causa pública. E o que eles estão fazendo é criar mais leis repressivas, alegando terrorismo e etc... Essa crise de representatividade é fruto da cultura brasileira de não se preocupar com a coisa pública, agora estamos colhendo os frutos. E que os ventos de mudanças continuem soprando.


Para conhecer os textos do autor visite a página:
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Renata Emily
Enviado por Renata Emily em 05/03/2014
Reeditado em 05/03/2014
Código do texto: T4715814
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