ENTREVISTA AO SITE "CURTA BAURU"

Acho que dois ou três pontos desta entrevista ao site Curta Bauru merecem ser considerados.

Eu estava fora a semana passada, quando foi publicada, e não a divulguei como devia. Sei que alguns amigos gostarão de ver a minha fuça, e outros até de analisar algumas ideias que (não pela primeira vez) exponho.

Vou indicar alguns nos comentários abaixo. Desculpem-me se me esquecer demais (o esquecimento é uma das minhas maiores virtudes. Costumo dizer que não tenho imaginação – a memória é a forma da minha imaginação, ou a forma que invento para preencher tudo que esqueço).

Quero louvar a aplicação do entrevistador, Bruno Sisdelli, que fez o dever de casa: chegou à entrevista conhecendo a obra do autor, sabendo o que perguntar. Fez-me dizer até o que eu não julgava capaz, como esta frase definitiva: “Deus é essencial.”

Os ateus não negam que poesia é transcendência. Eu digo que o outro nome da transcendência é Deus. Sei que eles se referem a transcender esta pobre realidade que vivemos. Eu continuo a dizer que a transcendência é Deus. Definitivamente, Deus é essencial.

Quanto à poesia e ao poeta, quero reforçar a ideia de que qualquer um pode escrever um ou dezenas de poemas. O poeta é aquele que trabalha seu poema (diz Marina Tzvietáieva, se for preciso usar uma citação de autoridade). Terminei este ano um poema que iniciei há quase 50 anos – trabalho, persistência não me faltam.

Se fosse dar um conselho a um jovem poeta, bastaria isso. Trabalho, persistência. Valéry dizia que um poema requer um esforço ingente. O poeta que diz que foi fácil é porque se esqueceu do trabalho que o poema deu. Tanto que João Cabral dizia que o poema que não dá trabalho não presta.

J. C. M. Brandão

http://curtabauru.com.br/2013/07/09/jose-brandao/