Morrer por amor
Corri légua e velório até me intocar aqui, sob a lua do sertão no nada do mundo esperando a visita da dama mardita, levadeira de toda vida e alegria, sinto o sopro quente no pé do cangote, um bafo quente, trazido pelo vento, soprador de cordel e agora de mau pressagio. Tenho dois poços fundos aqui comigo, um ainda tem chão, outro não. Rezo nem sei mais quantas ave Maria, boca seca e cheia de pó, na pedreira, engatilhado num lado, no outro a lamina aprontada para cortar o que vir primeiro, leão ou homem, dona mardita ou o que vir, to pronto a quaisquer visita. Ponho a cutucar meus miolo e ajusto o tempo e respiro mais marcado a mode lembra o que passou e o que ta por vir. Dou passo recuado nas lembrança e vejo ela, bela, formosa, caída dos olimpo nas terra seca aqui do sertão, anjo e deusa misturado naqueles olhos castanho e fundo, dona de cabeleira longa e cheia dos cacho, uma boca que limitava meus pensamento de viaja em qualquer outro lugar, corpo dono da liberdade de qualquer sujeito preso nas tocais de si mesmo, Atalanta era o nome, nome de deusa eles diziam lá na vila, foi filha de dotô cum lavadeira em beira de rio, mãe morta no parto e criada pelas tia de terreiro. Casada a cumprimento de favor com dono da água e dos poço, verdade que é dono mesmo, ate dos poço fundo que tenho aqui agora. Tinha na veia desde pirraio o sentimento que ia amar inté morrer de amor, nem sabia que a verdade ia vir seca e iguar a tudo o que nem explica eu tentava. Oio pro chão, do lado dois caramurus secos, e o pó do chão fazia quadro lindo de vê, púrpuro, cor de fim do dia quando o castigo se punha entre as coberta do mundo. Coloco a mira no dianteiro e continuo a lembra de minha amada, faria tudo de novo, e se pudesse ainda melhorava a mira da espingarda pra num erra mais o tiro que era certeiro e cheio de dono, com nome do coronel, se dizia dono de Atalanta, e eu, cabra macho nascido na seca e na discórdia, vivo de tragédia e guerra de família, sobrado sozinho com nome de príncipe também diziam, Hipomene. Mirei sim o filho de mula e a fio passou a endereçada, cortou a dois dedo da bomba da vida e passou reto. Tinha dois cartucho e o segundo ta agora na agulha da matadeira, não vou errar, sei de meu destino, mas liberto Atalanta. Mulé de meus sonhos, meus encanto, sono bom sim, era do lado dela. Em lua igual essa nos se amava até o castigo sair das coberta e apruma sua potencia no alto de toda humildade. Escuto o baruio do mundo enfeitado de pegada sombria dos bicho cão. Os grito chega antes do vento, vejo la em riba descendo a pedreira os capacho do coroner, me ponho a toca e argumento comigo que minha santa ta já a segurar meus córneo a ver. Vejo la por traz do candango o traje branco, púrpuro igual ao chão que pisava agora, era o dono da segunda enderaçada, não ia errar a entrega agora, aqui, minha ultima respirada. Vinha junto um dos home segurando amarrada e maltratada Atalanta, nem judiada minha deusa perdia a beleza, encantando o nada de mundo com a gota dura do pranto invertido. Passa dois candango, três, seis, passa Atalanta que cai junto da toca, no chão ela cai de fussa virada no pó e vê o vermeio das pedra e olho no olho vê minha presença atrás da toca e ali fica sabendo do destino e fim da historia de vez só. Passa agora o fulero do dono do desatento e desando das vida ali presente, levanto e com força tirada do amor por Atalanta grito ao mardito que se prepare para visitar junto comigo a mardita levadeira do sertão. Chumbo o peito do destrajado de morte covarde a cair no pó das areia junto dos pés de minha amada, não merecia morte bela assim o mardito, junto a isso ouço minha santa me buscando pelas mãos, junto com salva de chumbo que volta mais pesado ao que enviei dos cão do coronel. Viro os oio e olho a bela amada, sinto ali que fiz meu existir fazer justiça, morri homi brabo, por amor, de morte matada e honrada, morte linda, morte da que a levadeira deixa pra caminha do lado a santa, e leva qualquer escumungado no lugar, longe do mundo mas ainda perto de meu amor.