NO FUNDO A GENTE SABE
Valéria A Gurgel
No fundo a gente sabe!
O que realmente precisamos e não o que apenas queremos.
E que querer, não basta.
É preciso também sabermos o que não queremos e aprendermos a discernir uma coisa da outra é sabedoria.
Só assim então permitiremos sonhar, acreditar nos nossos sonhos e ir de encontro a eles.
Para enxergarmos a beleza da vida ao nosso redor é necessário enxergarmos a beleza dentro de nós.
Para enxergarmos todas as possibilidades e a abundância universal é necessário reconhecê-las dentro de nós.
No fundo a gente sabe!
O que realmente nos faz bem e não o que pensamos ser bom.
O que realmente merecemos e não o que nos é oferecido.
O que realmente é justo e não as injustiças que admitimos sofrer.
O que é ético e moral, somente as nossas virtudes detectam.
No fundo a gente sabe, o coração sente!
Que as nossas escolhas nem sempre são as mais assertivas, mas quem não aprende a fazer escolhas termina permitindo-se ser escolhido.
Que as nossas decisões carregam alguns fardos desconexos, indecisos, mas ainda são mais leves que seguirmos a vida arrastando desculpas pesadas e esfarrapadas, remendadas de eu acho… ou bordadas pelo tempo. Dando a ele um bastidor e a agulha que fere as linhas de nossa vida.
No fundo a gente sabe, o coração sente e a razão sinaliza!
Que em nossa bagagem de coragem sempre há um cantinho para organizar o medo e isso faz parte de nossa viagem.
Que nossas cotas de certezas costumam estar em déficit com nossas dúvidas, mas pagar juros para fazermos certos acertos de contas, ainda pode ser uma forma inteligente de não nos endividarmos ainda mais com o capital acumulado de opiniões alheias.
É normal que o nosso pêndulo oscile, ele só não pode é perder o eixo.
No fundo, bem lá no fundo de nós, muito além do que acreditamos ser o eu e mais além do que conseguimos adentrar, onde o coração sente e a razão sinaliza, a alma anseia! Há uma voz que sussurra…
E ela não se cala. Ela não deve e não pode se calar. É a voz da consciência que clama por atenção, por atitude, por mudanças.
Por aquele tempo só nosso, tão desejado e necessário que nunca nos damos ao direito de usufruir.
Por aquele autocuidado que julgamos não merecer.
Pelos nãos que nunca aprendemos a falar.
Pelo sim carregado de negação.
Pelos sorrisos que nunca foram de felicidade.
Pela resistência covarde que se arrasta com irônica certeza de que sim, damos conta!
Pelo grito rouco de socorro que nem você mesmo quis se dar ao direito de ouvir e se emudeceu em seus lábios.
Pelos Divinos ócios que não nos permitimos, mas que podem nos trazer tamanha lucidez.
Por aquela tão almejada mirada no espelho, tão adiada, por nossas cobranças íntimas que não nos deixam ver quem realmente somos e não o que querem que sejamos.
Olhar no espelho pode nos revelar segredos… nos trazer à tona quem éramos antes do mundo dizer quem deveríamos ser. Revelar o que desejávamos ser antes da família, da sociedade e das crenças limitantes imporem limites. Pode nos provar que somos humanos e feitos de carne e osso.
No fundo a gente sabe!
A vida é preciosa demais para deixarmos que ela escoe por entre os nossos dedos…
E que procrastinar a nós mesmos é um crime inafiançável contra a nossa dignidade.
Nos colocarmos sempre no último lugar para tudo e diante de todos é negligenciar o nosso amor-próprio.
Escrever a nossa história é sermos dignos, senhores de nós mesmos e não dos outros. É sacralizarmos e não banalizarmos a dádiva da vida.
O outro não tem que decidir quem eu sou, quem somos. A habilidade está dentro de cada um de nós. De sermos capazes de nos moldarmos e de nos lapidarmos de dentro para fora.
A chave que abre as portas dessa oficina de autoconhecimento e poder transformador está ao alcance de nossas mãos.
Onde todas as ferramentas necessárias para iniciarmos esse árduo e valioso trabalho estão muito bem guardadas e afiadas. Porém, a fechadura fica do lado de dentro.
A decisão é sua, e pensando bem…
No fundo a gente sabe!
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@valeriacristinagurgel