SÍNTESE CRIATIVA - MEMÓRIA TECIDA NO CURSAR DE UM CURSO
CURSO DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE - EDPOPSUS E SUA TERCEIRA EDIÇÃO NA SR IV: UMA PEDAGOGIA VIVENCIAL DE PRÁTICAS E SABERES ACADÊMICOS E POPULARES
O Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), no Bairro Parangaga, em Fortaleza, está sendo o ambiente acolhedor da terceira edição do EdPopSus, no território da Secretaria Regional IV. O primeiro encontro presencial aconteceu, na terça feira (01/07/14), com a facilitação do mediador pedagógico Augusto Martins e o educador popular Elias José.
No princípio foi o verbo chegar
Cada um e cada uma
Com seu jeito singular
Com suas certezas e dúvidas
Com suas perguntas e inquietudes
Com suas posturas e atitudes
Como vai ser?
E o que será?
Houve um tempo de espera
Por quem estava a caminho
O ambiente, a sala, o clima
Tudo suscitava acolhimento
O Ceja é bem assim
Lugar de educação
Em missão cotidiana
De retomada da lição
E o verbo acolher se fez potencia
"Nós te acolhemos
Te damos espaço
E seguimos em frente"
A construção do crachá
O significado do nome
E um pouco da história pessoal
tecendo leveza e sensibilização
O acordo de convivência
Como vivência de estar juntos
Cada coisa tem seu tempo
Seu momento e sua hora
Hora de escutar e ser escutado
Hora de dar e receber atenção
Hora do saber compartilhar
Hora de ser um e ser mais...
E a manhã se houve assim...
No começo da tarde foi o verbo aprofundar: a constituição dos grupos por unidade de saúde e micro área, o contato com a unidade de aprendizagem, o conteúdo, as práticas educativas e a atividade de campo, os princípios da Política Nacional de Educação Popular em Saúde e a comunidade virtual de aprendizagem. Facilitadores e educandos-educadores seguiram no trem da história cantada e vivenciada para composição dos grupos. Houve estudo em grupo, perguntas e respostas, problematização! Houve roda de conversa em cada grupo-sujeito e a construção de sínteses criativas:
SÍNTESES CONSTRUÍDAS PELOS GRUPOS-SUJEITOS (com base nos princípios da educação popular):
I) PROBLEMATIZAÇÃO (Para além das críticas que muitas vezes não saem da esfera das revoltas individuais, olhando para as práticas de trabalho cotidiano, necessário se faz pensar e agir, fazer perguntas e construir respostas coletivas), para:
• Identificação das situações-limite (profissionais/usuários;
• Discutir os problemas surgidos nos cotidiano dos serviços;
• Transformação da ação e a detecção de novos (outros) problemas;
• Construção de formas inéditas de atuação sobre os problemas;
• A problematização surge como momento pedagógico e como práxis social, resgatando potencialidades e capacidades para intervir.
Equipe L.A.M: Conceição, Rowvier, Laura, Márcia e Nara
II) AMOROSIDADE (se a gente descobrir os mistérios do universo, mas não perceber o amor, se a gente decifrar o dom da vida em prosa e verso, mas não sentir o amor, saberemos tudo, mas pouco serviremos):
Agir e viver com amorosidade para, olhando para nossa prática:
“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar...
•... Promover a escuta;
•... Promover a segurança alimentar;
•... A forma de orientar o idoso e ter zelo por suas necessidades, como atitude de amorosidade e justiça;
•... Promover a saúde mental;
•... A convivência com amorosidade pressupõe a valorização do afeto como elemento estruturante da busca pela saúde e leva a um vínculo, uma compreensão mútua e uma solidariedade;
•... Combater a dengue e amar o próximo no nosso dia-a-dia, educando-o para ser sujeito de sua saúde;
•... Compartilhar na dor e dar assistência às necessidades dos usuários é uma forma de demonstrar o amor;
•... Orientar o uso correto da medicação dos hipertensos e acompanhar os primeiros passos da criança;
•.. É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há.”
Equipe UAPS Oliveira Pombo
III) EMANCIPAÇÃO
• “Mas é claro que o SOL vai voltar amanhã. Mais uma vez eu sei. Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã.”
• Opressão – DROGAS;
• Libertação – Superação – Sucesso;
• Quem acredita sempre alcança, por meio da ação compartilhada e da troca do conhecimento, que faz com que as pessoas evoluam como sujeitos de sua própria saúde.
IV) DIÁLOGO
CONSTRUÇÃO COMPARTILHADA DO CONHECIMENTO
Equipe ABEL PINTO : Antonier, Gleciane e Hélio.
Por meio de uma história em quadrinhos a equipe desenvolveu sua síntese. A imagem vai falar mais que as palavras. O quadrinho teve como tema o manejo ambiental e as ações de prevenções, no roteiro de tornar as pessoas sujeitos de sua prevenção e do cuidado. Olhando para a prática dos territórios, o grupo-sujeito buscou simbolizar o projeto popular, sob o ponto de vista micro, pela perspectiva da mudança de atitude frente a realidade cotidiana.
Outra equipe trabalhou o princípio do projeto popular por meio de uma encenação, que colocou em diálogo, o saber e a prática médica, com o saber da terapia de grupo para assistir e acompanhar uma usuário com depressão pós parto.
E por falar em construção compartilhada do conhecimento, houve manhã e tarde. Foi este o primeiro encontro.