inadequação.
estigmas...
você já se sentiu inadequado?
percorrendo a vida, os espaços que me fiz presente, há uma algo invisível, que se faz presente, que me faz inadequado.
é tão sútil, mas tão efetivamente presente.
e esta inadequação se faz palpável, pois algo inadequado ao esperado carrego comigo, que me faz ter que ir de encontro aos espaços.
um pertencimento que parece forçar o meio, em meio a inadequação que comigo carrego.
mas há uma cumplicidade entre as partes, e essa inadequação velada, imersa nas palavras contidas, nos gesto minimizados, por talvez serem desagradáveis assumi-los transparentemente.
mas há uma tênue e fina linha que torna a troca inadequada e incomoda, que parece ser o real desejo que nunca tivesse que se dar e existir.
talvez se houvesse opção não ocorreria, pois o inadequado é incomodo aos olhos. mais ainda ao espaço e à convivência.
pirações de pessoa escaldada, esperando quentura em toda água que vê à frente, por mais fria que esta seja.
e a água fria também não queima, se na justa medida?
inadequado, como que se uma carimbada portasse comigo, neste todo transpor de tempo.
você se sente inadequado ao meio?
parece que por mais que procure o seu espaço de fato parece ser algo irreal, ilusório, inalcançável.
mas sei que há um lugar adequado pra todos e essa regra não foge à mim.
talvez a direção que siga, aonde percorro insista em me dizer que a direção que estou seguindo, o lugar que me encontro, e tantas coisas não estejam alinhados ao que trago comigo. e estas inadequações transbordem por todos os lados, em todos os meios, em tantas situações, olhares, correspondências contidas, mas não perceptíveis à uma fina linha que a verdade conduz e é impossível querer dar-lhe outra textura mais aprazível aos olhos rasos e susceptíveis aos enganos rasos.
inadequação, um elemento comum à minha personalidade, ao me fazer ser, que inadequadamente me apresento, procurando um espaço, um local de acolhida ou de pertencimento, onde o ser é o que deve ser apresentado, não me travestindo mais de uma expectativa de adequação, de entendimento, pois o que você traz já é o que simplesmente se pede.
daí se este lugar e este dia chegar, as cores, a vida, a verdade das coisas que trago, o que acumulei, livremente poderão ser compartilhadas e o amor, a integridade, a sensação da proximidade da plenitude do existir se fará, tranquilamente, desarmadamente.
desarmadamente, pois esta armadura que é preciso estar sempre à postos, pesa no deslocamento, torna ainda mais exaustiva a jornada, que de verdade leva muita das vezes à espaços que não pretendem em nada ser o nosso lugar de adequação e acomodação.
pois há momentos que precisamos nos acomodar também.
nos acomodarmos adequadamente.
você me entende?
jo santo
zilá