pela vida, nossa alma (correntes de ar).
pela vida, vamos tocando pessoas.
seguimos esbarrando em almas.
na inocência de nos alinhavarmos com tantas destas.
mas neste processo de vida, tantas vão ficando pelo caminho.
são tantos os motivos, tantos os argumentos que nos separam, pois parece ser a união, o companheirismo, a identificação tão volátil.
parece que segue à mercê dos ventos, dos ares inconsistentes.
da mesma maneira que as correntes de ar, parece responsável por aproximar, desavisadamente afasta à todos.
ou será que somos mais suscetíveis que nossos desejos de integração, de termos as pessoas por perto, conciliando, trocando e vivendo a paz, o amor e a amizade.
pela vida, vamos esbarrando em almas, e muitas vão seguindo, muitas vão saindo dos nossos caminhos, levadas por outros interesses, outros ventos, por suas convicções que separam e podem desagregar.
será que a história de sermos seres agregadores e sociáveis, na verdade é algo ideológico, que não aprendemos compor em nossas almas.
e vamos pela vida, não sabendo lidar com a leveza que a alma deve ter.
não conseguimos lidar com o magnetismo da alma, que em sua potencial energia, deveria unir, deveria perpetuar somar e multiplicar exponencialmente.
e na nossa inabilidade de viver, viver em conjunto se tocando, vamos dividindo e subtraindo.
tocando e deixando marcas, deixando cicatrizes e seguindo adiante, até um distanciamento de quase esquecimento dentro do tempo, que afasta de uma história que outrora, fora comum.
e vamos pela vida desagregando, tocando almas de forma a sairmos com muitas e mais variadas cicatrizes, ao invés de levarmos conosco mais recursos para amar, para nos integrarmos e a porta aberta, o desejo latente de sempre querer e poder voltar. e voltar sempre que a vontade e os ventos permitirem, tal regresso.
essa nossa inabilidade de lidarmos com as coisas das emoções, sentimentos e sentidos, faz com que não entendamos os chamamentos de nossas almas, a compilação dela com outras almas pelo caminho e procuremos de corrente de ar, a corrente de ar, procurar um lugar perfeito, onde talvez estejamos livres de esbarrar em tantas almas, almas tão diversas e com tantas nuances, que sem compreender a própria alma, como lidar com tantas mais, tão diversas e suscitando tantas outras densidades, tantos outros ares que as transportam: para umas simples, para outras se faz necessário vendaval, ventania.
e como nos tornamos equilibrados e estáveis em nossas almas, com tão diversas correntes de ar à circundar?
é o distanciamento durante o processo, parece a única forma de se tentar garantir a melhor forma de se manter.
e vamos passando a vida, em infinitas correntes de ar que embarcamos, onde o esbarrar de almas se torna efeito inevitável (talvez para alguns algo indesejável), mas que ao contrário do que se pensa, é o que dá significado ao trajeto, traz referências da alma que temos, do ar que nos conduz, frente às demais almas que chegam e vão, complementam essa transição do caminho (onde o ir e vir é livre e possível) e que principalmente oxigena o ser.
há a condução da alma pelo ar (ou pelos vários ares), mais esquecemos do principal, que estes ares são importantes para oxigenar o que se tem de mais valioso, o ser... nosso ser.
jo santo
zilá