TÓPICOS DE SINTAXE DO PORTUGUES
As orações subordinadas adjetivas explicativas e as orações subordinadas substantivas apositivas seriam orações intercaladas ou interferentes?
Uma oração intercalada ou interferente não vai estar relacionada a nenhum substantivo da oração: as orações adjetivas terão essa característica de modificador de um substantivo. Já no caso das apositivas, teremos a possibilidade de substituição pelo pronome ISSO. Vamos aos exemplos: Juliana chegará tarde, afirmou o diretor. (AFIRMOU O DIRETOR é exemplo de oração intercalada ou interferente, pois insere uma observação de quem fala) Juliana, a aluna que chegará tarde, vai apresentar seu trabalho hoje. (QUE CHEGARÁ TARDE é uma oração adjetiva que modifica JULIANA: não é qualquer Juliana e sim a Juliana que chegará tarde) Juliana tinha um desejo: apresentar seu trabalho hoje. (Podemos substituir APRESENTAR SEU TRABALHO HOJE por ISSO: esse substituição configura uma oração substantiva)
Como se pode diferenciar as coordenadas assindéticas das sindéticas?
As coordenadas sindéticas são aquelas que apresentam uma conjunção (ou um advérbio conjuncional) em sua estrutura. Veja os exemplos: Comprei um carro, mas continuo indo trabalhar a pé. (A segunda oração é coordenada sindética adversativa). Fale baixo, que o bebê está dormindo. Já as coordenadas assindéticas (ou justapostas) são aquelas que se unem sem o auxílio de um conectivo. Veja os exemplos: Comprei um carro, fique cheio de dívidas, acabei vendendo-o três meses depois. (Esse período é composto por três orações coordenadas assindéticas, pois entre elas não há conectivos. Os bandidos roubaram o carro, fizeram novos assaltos e o abandonaram numa viela escura. (As orações "Os bandidos roubaram o carro" e "fizeram novos assaltos" são assindéticas, pois não há um conectivo entre elas. Já a última oração desse período "e o abandonaram numa viela escura" é sindética porque é introduzida pela conjunção aditiva "e".
Como podemos diferenciar uma oração intercalada de uma oração coordenada?
Embora tanto a oração intercalada quanto a oração coordenada se apresentem como orações independentes, uma oração intercalada ou interferente se apresenta como um comentário adicional, uma citação, um esclarecimento. A menina estudou bastante e foi aprova, disse o professor. [A menina estudou bastante] será uma oração coordenada assindética; [e foi aprovada] uma oração coordenada sindética aditiva e [disse o professor]uma oração intercalada ou interferente.
O que é um sujeito oracional?
Sujeito oracional é uma oração subordinada substantiva subjetiva, ou seja, uma oração que funciona como sujeito da oração. No período [É necessário que você chegue cedo], a oração [que você chegue cedo] é o sujeito da oração principal [É necessário]. Veja outros exemplos: Sabe-se que ele viaja muito. A oração [que ele viaja muito] é o sujeito da oração principal [Sabe- se].
Como podemos saber se a oração subordinada substantiva é subjetiva ou objetiva direta?
Em um período como [É necessário QUE PRESTEM ATENÇÃO AGORA] temos uma oração subjetiva: para termos uma oração subjetiva, a oração principal não pode apresentar sujeito. Temos orações subjetivas em estruturas como É NECESSÁRIO, É POSSÍVEL; com verbos na voz passiva sintética (SABE-SE etc.); com verbos unipessoais como CONVIR, BASTAR etc. Em um período como [Espero QUE ELES CHEGUEM LOGO], o sujeito da oração principal não está expresso, mas pode ser recuperado [(EU) espero QUE ELES CHEGUEM LOGO], e teremos a oração subordinada como objetiva direta.
Como identificar que uma oração subordinada é adjetiva?
Toda oração subordinada é termo da oração principal. Uma oração subordinada adjetiva atua como adjunto adnominal. Se o adjunto adnominal determina o substantivo, uma oração adjetiva deve aparecer depois de um substantivo. No período Aquele é o menino de quem eu falei teremos [Aquele é o menino] será uma oração principal e [de quem eu falei] será a oração subordinada adjetiva restritiva.
Qual a diferença entre o valor adversativo e o valor concessivo de uma conjunção?
A ideia de adversidade indica uma oposição positivo/negativo entre as orações. Na oração ELE TRABALHA MUITO, MAS GANHA POUCO teríamos como positivo o fato de ele trabalhar muito e como negativo o fato de ele ganhar pouco. A ideia de concessão é contrariar as expectativas como em EMBORA AMANHÃ SEJA SÁBADO, TEREMOS AULA.
Como podemos diferenciar uma oração subordinada adjetiva de uma oração subordinada adverbial?
Toda oração subordinada é termo da oração principal. Uma oração subordinada adjetiva atua como adjunto adnominal. Se o adjunto adnominal determina o substantivo, uma oração adjetiva deve aparecer depois de um substantivo. Uma oração subordinada adverbial modifica a oração principal, função típica do advérbio. A casa em que ele morava foi vendida: [A casa foi vendida] será a oração principal e [em que ele morava] a oração subordinada adjetiva. Ele mudou quando a casa em que ele morava foi vendida: [Ele mudou] é a oração principal modificada pela oração subordinada adverbial temporal [quando a casa foi vendida].
Qual a diferença entre uma oração subordinada adverbial causal e uma oração subordinada adverbial consecutiva?
Tanto na oração subordinada adverbial causal quanto na oração subordinada adverbial consecutiva temos uma relação de causa e consequência:
a) nas orações subordinadas adverbais causais a causa aparece na oração adverbial e na subordinada adverbial causal: ELE FICOU FELIZ PORQUE A CASA FOI ALUGADA;
b) nas orações subordinadas adverbiais consecutivas temos a consequência na oração subordinada adverbial e a causa na oração principal: ELA FALOU TANTO QUE ABORRECEU A TODOS.
É possível classificarmos uma oração que não apresenta verbo?
Sim. No caso das orações comparativas, a comparação pode vir implícita: Nada é tão interessante QUANTO A LEITURA DE UM BOM LIVRO (temos o verbo É omitido, mas facilmente recuperado).