sobre fazer faculdade.
antigamente, quando não tinha estudo em uma graduação (o famoso fazer faculdade, de meus tempos, não tenho certeza se ainda é assim que se fala), ouvia dizer que após passar por uma, o olhar sobre as coisas mudaria.
é uma verdade, e nesta segunda isto fica mais nítido.
o grande diferencial da graduação, ao contrário do que se pensa, não sairá dela sabendo de todas as coisas do assunto, aliás muito pelo contrário. e muito menos sairá sabendo de todas as coisas...
na graduação, a pessoa é convidada a adentrar numa área do saber humana (uma ciência, uma faculdade) e dentro dela a ter um primeiro contato mais aprofundado, específico, focado.
neste processo se aprende as fontes desta ciência, como se processou o raciocínio deste conhecimento empírico (conhecimento acumulado pelo acúmulo de experiências e abordagens sobre esta área do conhecimento) e assim começar a lidar, a pesquisar, a desenvolver profissionalmente nesta especificidade.
aprende-se como estudar de forma focada e cognitiva (aprendendo, apreendendo e formulando pensamentos lógicos sobre a matéria), e daí a começar a se desenvolver na práxis (prática da profissão), assim como na continuidade do aprendizado, reciclagens e consultas aprofundadas, sobre as questões que surgirem dentro da atuação profissional e no campo de trabalho. assim como habilitando para aprimorar a própria práxis (prática, forma de fazer) profissional.
e com isto, a faculdade (a graduação, no sentido de subir o nível de qualificação, da atuação e abordagem sobre a realidade em que está inserido), promove uma ação e um pensamento mais elaborado e sistêmico, o que por sua vez, desenvolve a técnica e a maneira de lidar com o mundo e o viver. e aí, se faz a grande diferença.
ela, a graduação, promove os primeiros passos, para que com as próprias pernas, possa tomar posse do processo de aprendizado e desenvolvimento, fornecendo ferramentas e saberes científicos, para que saiba as fontes precisas que deve colher, para o fim a que se propõe, a qualificação do sujeito.
e ter esta ferramenta, ter esta emancipação é fundamental, pois aprofunda e capacita o indivíduo, a seguir por suas próprias pernas, assim como, no ritmo que livremente escolher, a tornar-se mais independente e sábio, dentro das matérias e da área do saber humano, que escolheu se apropriar e estudar.
isto promove com que se adense nesse saber, nessa ciência específica, nesse saber profissional.
mas não pára por aí. ao se fazer uma graduação (faculdade), colabora a desenvolver o olhar crítico e não só isso, a ter os instrumentos cada vez mais sensíveis, para se entender outras ciências e outras áreas do saber humano, sabendo que deste momento, não se faz mais sobre a rasa percepção do olhar imediatista e de impressões.
muito menos da mera impressão, oriunda do senso comum.
e com isto, as demais necessidades e demandas apresentadas pela complexa vida humana, assim como as demais ciências que atendem tais especificações, acabam nos posicionando com um olhar mais sério sobre estas e fomentando um olhar mais aprofundado sobre tais questões, sem que seja elaborada impressões e fundamentações das coisas por impulsionadas pelas frivolidades.
por isso, é de suma importância dar esse passo na vida.
é de suma importância romper com diversos grilhões e amadurecer os olhares sobre os objetos que nos rodeiam e que são fundantes na estrutura do nosso desenvolvimento e forma de viver, somado aos nossos valores e apreensão cognitiva sobre tais, que para tal a educação se faz fundamental.
a educação que instrumentaliza o ser e que promove o olhar científico (sistêmico), onde mais e mais, a ação do ser se aprofunda, ciente que somos compostos por várias ciências, várias áreas do saber humano, que possibilitam entender os meios de se viver, de forma cada vez mais dominando as tecnologias, para a própria superação da vida e de sua qualidade, enquanto estivermos neste plano.
agora a forma de por em prática o uso destas ferramentas e o acúmulo de conhecimento absorvido (relacionado à ética e os valores morais), são assuntos para outro textão. o que até se borda na faculdade e os conselhos profissionais lidam com tais coisas, mas que assim como o processo de desenvolvimento dos saberes na prática, independente das fontes que aprendeu a trabalhar e pesquisar na graduação de forma mais apropriada, não garantem por si só o bom uso destas técnicas.
e por isso há pessoas que parecem não ter entendido nada, aprendido nada na faculdade. fazendo questionar a importância real dela na praticidade do dia a dia, da vida humana cotidiana.
na prática a teoria é outra, se esta teoria for aprofundada e bem absorvida, para seu uso de forma cada vez mais qualificável.
daí o mister da graduação e demais passos e aprofundamentos, estudos científicos e da pesquisa na área de atuação.
jo santo
zilá