ENTRE O CÉU E A MATA ESTÁ O PULSAR DO MEU CORAÇÃO
ENTRE O CÉU E A MATA ESTÁ O PULSAR DO MEU CORAÇÃO
Nos caminhos que todos nós iremos percorrer, a partir de quando conseguirmos romper a fragilidade que nos acompanha desde a concepção até uma certa idade, que se convencionou chamar de infância, tudo irá ganhar molde pelas formas genéticas e culturais que herdamos, nas quais assaremos nossos pães e bolos pra vida.
Mas o mundo já não está como antes, onde as fontes brotavam somente nas serras, montanhas ou planaltos, escorrendo em cascatas para percorrer as planícies.
Hoje, nós humanos perfuramos o solo, até as suas profundezas mais íntimas, na busca de atalhos que nos satisfaçam as necessidades prementes, pois já rompemos o equilíbrio das espécies, nos tornando epidêmicos ou vorazes demais.
Já não buscamos os peixes e crustáceos à beira dos lagos, rios e mares, para então andarmos sobre as águas, com o apoio dos instrumentos que criamos, trazendo muito mais do que individual ou comunitariamente precisamos, adentrando num jogo perigoso, em que espoliamos a natureza e o planeta, num regozijo arriscado, pois sabemos que a eternidade dos mundos não se forma em segundos, mas num paulatino e cadenciado avanço, pelas trocas de energia, que vagueiam pelo Cosmo, num criar e recriar infinito, que não aceita uma única espécie ou criatura querer ser Deus, pois que este já existe muito antes da existência, num mistério de evidências, que não nos cabe entender, mas somente contemplar.
Mas em certos dias eu me volto, com meu semblante triste e pesaroso, para contemplação das hostes celestes, em que os anjos resplandecem pelos raios solares, que nos chegam carregados de mistério, pois não vemos as estradas, nem seus passos, como se quiséssemos nos deparar com pegadas marcadas na areia à beira mar, sem o impacto das marés, que lavam as praias e nossos marcos, nos deixando sem bússola ou ampulheta, sem roteiro e sem o tempo, que almejamos ser senhores, quando realmente somos apenas peregrinos passageiros, pois nem conduzir sabemos, nem o custo que teremos, pois essa passagem é única e sem igual.
Mas a minha fragilidade e ignorância, de tudo que tem relevância para o nosso existir, ainda consegue sentir que é entre o céu e a mata, como um raio que não desata, que está o pulsar verdadeiro do meu coração.
O resto é sonho e o limiar de minha loucura, que é o meu eterno procurar, juntamente com as minhas razões sem nexo para existir, pois já nem sei se caibo aqui, pois vejo meus delírios se esvaírem, por não saber se as tormentas são prenúncios de bonança, ou serão como uma lança a transpassar o meu peito, rasgando a minha alma e o coração, sem tempo pra pedir perdão, pois se meu carma for a escuridão, aqui estou num sacrilégio.
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Publicado no Facebook em 06/12/2019
ENTRE O CÉU E A MATA ESTÁ O PULSAR DO MEU CORAÇÃO
Nos caminhos que todos nós iremos percorrer, a partir de quando conseguirmos romper a fragilidade que nos acompanha desde a concepção até uma certa idade, que se convencionou chamar de infância, tudo irá ganhar molde pelas formas genéticas e culturais que herdamos, nas quais assaremos nossos pães e bolos pra vida.
Mas o mundo já não está como antes, onde as fontes brotavam somente nas serras, montanhas ou planaltos, escorrendo em cascatas para percorrer as planícies.
Hoje, nós humanos perfuramos o solo, até as suas profundezas mais íntimas, na busca de atalhos que nos satisfaçam as necessidades prementes, pois já rompemos o equilíbrio das espécies, nos tornando epidêmicos ou vorazes demais.
Já não buscamos os peixes e crustáceos à beira dos lagos, rios e mares, para então andarmos sobre as águas, com o apoio dos instrumentos que criamos, trazendo muito mais do que individual ou comunitariamente precisamos, adentrando num jogo perigoso, em que espoliamos a natureza e o planeta, num regozijo arriscado, pois sabemos que a eternidade dos mundos não se forma em segundos, mas num paulatino e cadenciado avanço, pelas trocas de energia, que vagueiam pelo Cosmo, num criar e recriar infinito, que não aceita uma única espécie ou criatura querer ser Deus, pois que este já existe muito antes da existência, num mistério de evidências, que não nos cabe entender, mas somente contemplar.
Mas em certos dias eu me volto, com meu semblante triste e pesaroso, para contemplação das hostes celestes, em que os anjos resplandecem pelos raios solares, que nos chegam carregados de mistério, pois não vemos as estradas, nem seus passos, como se quiséssemos nos deparar com pegadas marcadas na areia à beira mar, sem o impacto das marés, que lavam as praias e nossos marcos, nos deixando sem bússola ou ampulheta, sem roteiro e sem o tempo, que almejamos ser senhores, quando realmente somos apenas peregrinos passageiros, pois nem conduzir sabemos, nem o custo que teremos, pois essa passagem é única e sem igual.
Mas a minha fragilidade e ignorância, de tudo que tem relevância para o nosso existir, ainda consegue sentir que é entre o céu e a mata, como um raio que não desata, que está o pulsar verdadeiro do meu coração.
O resto é sonho e o limiar de minha loucura, que é o meu eterno procurar, juntamente com as minhas razões sem nexo para existir, pois já nem sei se caibo aqui, pois vejo meus delírios se esvaírem, por não saber se as tormentas são prenúncios de bonança, ou serão como uma lança a transpassar o meu peito, rasgando a minha alma e o coração, sem tempo pra pedir perdão, pois se meu carma for a escuridão, aqui estou num sacrilégio.
Publicado no Facebook em 06/12/2019