ENTRE O ALVORECER E O OCASO, O SOL NOS LEVA POR CAMINHOS, DE CASA EM CASA
ENTRE O ALVORECER E O OCASO, O SOL NOS LEVA POR CAMINHOS, DE CASA EM CASA
Houve um tempo, de momentos primordiais, em que os dias só o eram pela luz que nos colore, pois os fótons solares são as cores que retratam, e nos aquecem, os potes pasteurizados com resinas e as lacas, dando fulgor e esperança, no brilho que nos desperta as retinas, projetando nos nossos neurônios todos os sonhos que pensamos serem reais.
E eu me lancei no alvorecer, seja do dia ou da vida, ao descortinar todo o palco para a lida que tive de enfrentar, sem saber se no além-mar fosse alguém eu encontrar, pois no fundo de todo mar, bem mais longe dos meus sóis, não há luz pra enxergar, nem um fogo para aquecer.
E o meu fogo de monturo, deixo morno e não feroz, pois já tenho os girassóis lá plantados a crescer. E eles vão com as manhãs, procurando pela luz, que a todos nos conduz pelos caminhos que nos levam de casa em casa.
E eu prefiro mesmo são as casas desgarradas, pois permitem que as janelas nos deem fuga, quando as portas forem lacradas, já que todos os vampiros nos espreitam, aguardando nossos aceites e convites para entrar.
Mas não quero ver sangrar todo bem que eu escondo, das tormentas ou dos escombros, que os loucos twisters largam por todos caminhos em que os ventos estão a lhes levar.
Esse sangue, com que marco minhas mil portas, são apostas e protestos para a morte que vislumbro, pois bem mais que um sujismundo, vejo a foice traiçoeira vir sem honras pra ferir e arrasar, mesmo aos tolos do garimpo que cultuam o ouro e as pérolas, querendo comprar talvez, o que mesmo ainda de vez, pode amadurecer ou secar, putrefando pelo ar tudo o que já foi um dia, cheio de muita agonia, por querer se eternizar.
Mas meus cordeiros eu troquei por um colóquio, que eu tive com o espírito que campeia além do mar, vendo as estrelas a gravitar, sem pedir nem uma licença, pois estar no céu imenso, que imagino como benção, vai dizer para o meu espelho, que estive por aqui, mas eu nunca precedi quem fez tudo devagar, pois os raios são lançados como guia, mas clareiam só momentos, que eu lamento por não saber o que achar.
E foi andando, me esgueirando nas calçadas, todas bem enlameadas, nas clareiras que os campos permitiram viajar, que eu fui vendo, de casa em casa, que o Sol nos leva por caminhos, entre o alvorecer e o ocaso - para os casos que eu venha a ter meus sonhos projetados, pelos palcos que a vida me permita ser ator, ao querer que o Diretor do teatro desse Cosmo me seja um tipo de Caio Mecenas - para que eu tenha mesmo o propósito de me deixar apaixonar.
Publicado no Facebook em 30/09/2019
ENTRE O ALVORECER E O OCASO, O SOL NOS LEVA POR CAMINHOS, DE CASA EM CASA
Houve um tempo, de momentos primordiais, em que os dias só o eram pela luz que nos colore, pois os fótons solares são as cores que retratam, e nos aquecem, os potes pasteurizados com resinas e as lacas, dando fulgor e esperança, no brilho que nos desperta as retinas, projetando nos nossos neurônios todos os sonhos que pensamos serem reais.
E eu me lancei no alvorecer, seja do dia ou da vida, ao descortinar todo o palco para a lida que tive de enfrentar, sem saber se no além-mar fosse alguém eu encontrar, pois no fundo de todo mar, bem mais longe dos meus sóis, não há luz pra enxergar, nem um fogo para aquecer.
E o meu fogo de monturo, deixo morno e não feroz, pois já tenho os girassóis lá plantados a crescer. E eles vão com as manhãs, procurando pela luz, que a todos nos conduz pelos caminhos que nos levam de casa em casa.
E eu prefiro mesmo são as casas desgarradas, pois permitem que as janelas nos deem fuga, quando as portas forem lacradas, já que todos os vampiros nos espreitam, aguardando nossos aceites e convites para entrar.
Mas não quero ver sangrar todo bem que eu escondo, das tormentas ou dos escombros, que os loucos twisters largam por todos caminhos em que os ventos estão a lhes levar.
Esse sangue, com que marco minhas mil portas, são apostas e protestos para a morte que vislumbro, pois bem mais que um sujismundo, vejo a foice traiçoeira vir sem honras pra ferir e arrasar, mesmo aos tolos do garimpo que cultuam o ouro e as pérolas, querendo comprar talvez, o que mesmo ainda de vez, pode amadurecer ou secar, putrefando pelo ar tudo o que já foi um dia, cheio de muita agonia, por querer se eternizar.
Mas meus cordeiros eu troquei por um colóquio, que eu tive com o espírito que campeia além do mar, vendo as estrelas a gravitar, sem pedir nem uma licença, pois estar no céu imenso, que imagino como benção, vai dizer para o meu espelho, que estive por aqui, mas eu nunca precedi quem fez tudo devagar, pois os raios são lançados como guia, mas clareiam só momentos, que eu lamento por não saber o que achar.
E foi andando, me esgueirando nas calçadas, todas bem enlameadas, nas clareiras que os campos permitiram viajar, que eu fui vendo, de casa em casa, que o Sol nos leva por caminhos, entre o alvorecer e o ocaso - para os casos que eu venha a ter meus sonhos projetados, pelos palcos que a vida me permita ser ator, ao querer que o Diretor do teatro desse Cosmo me seja um tipo de Caio Mecenas - para que eu tenha mesmo o propósito de me deixar apaixonar.
Publicado no Facebook em 30/09/2019