"VELHO É COMO VIVI, VENDO TUDO BEM ANTES DO FIM"
"VELHO É COMO VIVI, VENDO TUDO BEM ANTES DO FIM"
"VELHO É COMO VIVI, VENDO TUDO BEM ANTES DO FIM"
Era quase meio dia quando olhei pra ladeira, que me surgia à frente, diante dos olhos do meu telescópio, que já fora um binóculo, quando só enxergava com minha miopia.
E o raiar do dia já se mostrava tão longe, que todas as árvores daquela colina já viraram resina do ouro betume forjado no solo, que já viu meteoros se jogando nos rastros insanos dos ventos, causando tremores e todos tormentos, que nem meus lagartos, que foram tão grandes, ainda são rastejantes ou ficam ao sol se secando nas pedras.
E eu imagino, ou relembro as horas primeiras, onde as salamandras e até os teiús não tinham sabor por que eram de enorme tamanho, com ossos medonhos, que nem nos meus sonhos serviam pros guisados, pois nem caberiam em minhas panelas.
Por onde eu tomo os esculachos das nuvens, me vejo em penugens, que seriam de pterodáctilos, se as chuvas me molham e impedem meu voo, quando o sal da ressaca do mar deu enjoo, sangrando minhas penas e impedindo que voasse muito mais que um albatroz. E jamais voltarei pros meus pousos pois agora repouso no solo, em que sou avestruz, carregando uma cruz pois fui réu lá em Roma, e queimei minha crina no Vesúvio ou Etna, me imaginando em Creta ou no meio do mar.
E as horas vão indo, mas eu vi tudo antes, pois foi vendo adiante, no espelho das eras, que enfrentei as quimeras e medusas também, pois não havia Belém e nem a Ur era agora, pois eu ainda era uma flor da semente sem broto, já que o fogo e o estanho ainda nem mesmo havia, pois só via a carniça que as hienas deixavam, para mim que já fora uma lagosta no abismo profundo dos vales que há perto de Atlântida, bem antes de ser o mistério tão belo que as dimensões estelares nos propuseram, e que todos veneram por nem conhecer.
E foi vivendo tudo, que vi e fui vendo, por todas as pedras afundarem pela gravidade que atrai, se jogadas nas águas sem fundo e nem alma, nos arrancam das árvores para na senzala estar, depois de navegar em negreiro navio, sob o frio e a tormenta salgada do mar.
Já nem digo mais nada e nem sei aonde essa jornada ainda vai me levar, onde esse corpo suado, como um paio defumado, fosse servido no jantar, dos que logo agora não olham pros velhos mapas, que lhes mostram as pistas que podem nos levar aos destinos almejados, sem mais termos cercados, já que só há vida na paz.
E foi convivendo o passado e o presente, pra termos futuro, pois o fruto maduro só pode existir se plantarmos sementes, que adubamos e regamos, com as podas também, pois senão nem patacas ou vinténs nós iremos cunhar, muito menos sonhar, pois a morte é o fim de todo velho menino.
Publicado no Facebook em 10/09/2019
E o raiar do dia já se mostrava tão longe, que todas as árvores daquela colina já viraram resina do ouro betume forjado no solo, que já viu meteoros se jogando nos rastros insanos dos ventos, causando tremores e todos tormentos, que nem meus lagartos, que foram tão grandes, ainda são rastejantes ou ficam ao sol se secando nas pedras.
E eu imagino, ou relembro as horas primeiras, onde as salamandras e até os teiús não tinham sabor por que eram de enorme tamanho, com ossos medonhos, que nem nos meus sonhos serviam pros guisados, pois nem caberiam em minhas panelas.
Por onde eu tomo os esculachos das nuvens, me vejo em penugens, que seriam de pterodáctilos, se as chuvas me molham e impedem meu voo, quando o sal da ressaca do mar deu enjoo, sangrando minhas penas e impedindo que voasse muito mais que um albatroz. E jamais voltarei pros meus pousos pois agora repouso no solo, em que sou avestruz, carregando uma cruz pois fui réu lá em Roma, e queimei minha crina no Vesúvio ou Etna, me imaginando em Creta ou no meio do mar.
E as horas vão indo, mas eu vi tudo antes, pois foi vendo adiante, no espelho das eras, que enfrentei as quimeras e medusas também, pois não havia Belém e nem a Ur era agora, pois eu ainda era uma flor da semente sem broto, já que o fogo e o estanho ainda nem mesmo havia, pois só via a carniça que as hienas deixavam, para mim que já fora uma lagosta no abismo profundo dos vales que há perto de Atlântida, bem antes de ser o mistério tão belo que as dimensões estelares nos propuseram, e que todos veneram por nem conhecer.
E foi vivendo tudo, que vi e fui vendo, por todas as pedras afundarem pela gravidade que atrai, se jogadas nas águas sem fundo e nem alma, nos arrancam das árvores para na senzala estar, depois de navegar em negreiro navio, sob o frio e a tormenta salgada do mar.
Já nem digo mais nada e nem sei aonde essa jornada ainda vai me levar, onde esse corpo suado, como um paio defumado, fosse servido no jantar, dos que logo agora não olham pros velhos mapas, que lhes mostram as pistas que podem nos levar aos destinos almejados, sem mais termos cercados, já que só há vida na paz.
E foi convivendo o passado e o presente, pra termos futuro, pois o fruto maduro só pode existir se plantarmos sementes, que adubamos e regamos, com as podas também, pois senão nem patacas ou vinténs nós iremos cunhar, muito menos sonhar, pois a morte é o fim de todo velho menino.
Publicado no Facebook em 10/09/2019