°"O VAZIO DO TER, POR NÃO BUSCAR O SER"°
°"O VAZIO DO TER, POR NÃO BUSCAR O SER"°
°"O VAZIO DO TER, POR NÃO BUSCAR O SER"°
Em toda história humana não se pode encontrar um relato de glória alcançada sem dura jornada, eis que sempre marcada por práticas vividas, lições desmedidas, virtudes exaltadas e reflexões sobre o nosso porquê existir.
Até mesmo o rei Salomão, como exemplo de então, deixou a história desdenhar de todo o ter, mesmo sendo o ouro o seu cobertor, pois foi quando lidou com a dor, tendo que decidir como iria ser o cruel dividir. Foi que ele enfim alcançou o respeito do tempo, que eterniza os momentos que enobrecem o manto, com o qual recobrimos nosso dorso, visto que as coroas só encantam os tolos, que vêem o seu equilibrar lhes tirar a destreza, que lhes darão ligeireza pra fugir das mandíbulas dos leões e hienas, que infestam as savanas da vida tão erma, onde a grande soberba é achar que possui, tudo aquilo que deixamos pra trás quando o cavalo nos trai e sucumbe na guerra, nos jogando ao chão, sem colete ou espada, sem escudo nem nada que impeçam a lança de transpassar nossas vísceras, que se exporão ao sol no dia seguinte, sob o açoite dos bicos de todos abutres e tantos mais carcarás.
E foi no oco das cabaças, que foram usadas por todos os povos, que percebemos que a casca do ovo que já foi furado, sem gema e sem clara que escorreu pela vala, só serve pro cálcio repor para os ossos, deixando o formato enganar o estômago, que sem ver o alimento chegar na hora certa, com ácido na certa vai metabolizar, nos deixando a gastrite levar a saúde, nos dando o ataúde pra vida findar.
Então é que se pode depreender, que a vida do ter é efêmera e vazia, pois só deixa os dias passarem no ócio, em que as nossas zonas de conforto não nos deixam enxergar, que muito mais do que terra com cerca e limites, ou castelos com muralhas e fosso, o que importa mesmo é a saca cheia com caroços, como os pulmões precisam ser cercados pelos ossos, que se põem na costela, em que o ar se refestela para o cérebro arejar.
Saco vazio não fica em pé, mas quem sabe o que quer, não guarda mais do que o necessário para o uso que é diário e nos serve apenas enquanto der, pois o que nos empodera levianamente e excede nosso tempo nessa vida, vai pro lixo como pesticida, se não servir de exemplo para aquele que vier.
E o meu saco de retalhos, que carrego no imaginário, pendurado naquela vara, que escoro nos meus ombros, quero que me tenha os sonhos e vivências do que fui. E para onde fui, sei que pegadas eu deixei e também sei que o meu totem vai ter marcas do orvalho, mesmo que eu envernize todos entalhes que minha jornada fez.
Agora, quero apenas que o meu formão e meu martelo marquem o totem, sem deixar farelos espalhados pelo chão, registrando as histórias e segredos, que até guardam todos medos com que eu traço meu destino, pois é desde bem menino que labuto nesse vão, entre as encostas de desfiladeiros medonhos, em que as cachoeiras lavam tudo o que eu repreendo para mim, só deixando as esmeraldas aflorarem pelos veios, que se mostram sem receio, adornando meu jardim.
E só assim eu contarei minhas histórias, como as odes contam a glória dos gregos, de um mundo sem igual.
E os palacetes serão corroídos pelos ventos e açoites das tormentas, mas o que eu fiz e faço eu repasso aos nubentes, como se fosse um presente, para a vida lhes guiar.
E vou buscando o que vale a pena ser, sem pensar de que o ter só faz de nós um marajá. Mas, sabendo que viver em um barril, sentindo calor ou até o frio, é mais socrático e emblemático. E nós vamos entendendo a razão da nossa vida estar sobre a terra, de ilhas e continentes - que nos gesta e nos devora - mas vem das águas turvas do mar, numa concha arrastada por golfinhos, tendo Vênus como a pérola e tesouro a louvar, pois se é o começo ou o meu fim, eu sinto o cheiro do jasmim a acalmar meu desespero.
Publicado no Facebook em 02/08/2019
Até mesmo o rei Salomão, como exemplo de então, deixou a história desdenhar de todo o ter, mesmo sendo o ouro o seu cobertor, pois foi quando lidou com a dor, tendo que decidir como iria ser o cruel dividir. Foi que ele enfim alcançou o respeito do tempo, que eterniza os momentos que enobrecem o manto, com o qual recobrimos nosso dorso, visto que as coroas só encantam os tolos, que vêem o seu equilibrar lhes tirar a destreza, que lhes darão ligeireza pra fugir das mandíbulas dos leões e hienas, que infestam as savanas da vida tão erma, onde a grande soberba é achar que possui, tudo aquilo que deixamos pra trás quando o cavalo nos trai e sucumbe na guerra, nos jogando ao chão, sem colete ou espada, sem escudo nem nada que impeçam a lança de transpassar nossas vísceras, que se exporão ao sol no dia seguinte, sob o açoite dos bicos de todos abutres e tantos mais carcarás.
E foi no oco das cabaças, que foram usadas por todos os povos, que percebemos que a casca do ovo que já foi furado, sem gema e sem clara que escorreu pela vala, só serve pro cálcio repor para os ossos, deixando o formato enganar o estômago, que sem ver o alimento chegar na hora certa, com ácido na certa vai metabolizar, nos deixando a gastrite levar a saúde, nos dando o ataúde pra vida findar.
Então é que se pode depreender, que a vida do ter é efêmera e vazia, pois só deixa os dias passarem no ócio, em que as nossas zonas de conforto não nos deixam enxergar, que muito mais do que terra com cerca e limites, ou castelos com muralhas e fosso, o que importa mesmo é a saca cheia com caroços, como os pulmões precisam ser cercados pelos ossos, que se põem na costela, em que o ar se refestela para o cérebro arejar.
Saco vazio não fica em pé, mas quem sabe o que quer, não guarda mais do que o necessário para o uso que é diário e nos serve apenas enquanto der, pois o que nos empodera levianamente e excede nosso tempo nessa vida, vai pro lixo como pesticida, se não servir de exemplo para aquele que vier.
E o meu saco de retalhos, que carrego no imaginário, pendurado naquela vara, que escoro nos meus ombros, quero que me tenha os sonhos e vivências do que fui. E para onde fui, sei que pegadas eu deixei e também sei que o meu totem vai ter marcas do orvalho, mesmo que eu envernize todos entalhes que minha jornada fez.
Agora, quero apenas que o meu formão e meu martelo marquem o totem, sem deixar farelos espalhados pelo chão, registrando as histórias e segredos, que até guardam todos medos com que eu traço meu destino, pois é desde bem menino que labuto nesse vão, entre as encostas de desfiladeiros medonhos, em que as cachoeiras lavam tudo o que eu repreendo para mim, só deixando as esmeraldas aflorarem pelos veios, que se mostram sem receio, adornando meu jardim.
E só assim eu contarei minhas histórias, como as odes contam a glória dos gregos, de um mundo sem igual.
E os palacetes serão corroídos pelos ventos e açoites das tormentas, mas o que eu fiz e faço eu repasso aos nubentes, como se fosse um presente, para a vida lhes guiar.
E vou buscando o que vale a pena ser, sem pensar de que o ter só faz de nós um marajá. Mas, sabendo que viver em um barril, sentindo calor ou até o frio, é mais socrático e emblemático. E nós vamos entendendo a razão da nossa vida estar sobre a terra, de ilhas e continentes - que nos gesta e nos devora - mas vem das águas turvas do mar, numa concha arrastada por golfinhos, tendo Vênus como a pérola e tesouro a louvar, pois se é o começo ou o meu fim, eu sinto o cheiro do jasmim a acalmar meu desespero.
Publicado no Facebook em 02/08/2019