SER UM PRÍNCIPE, ENTRE O CONFLITO DE UMA OU MUITAS ROSAS, SEM ESQUECER O BAOBÁ.

SER UM PRÍNCIPE, ENTRE O CONFLITO DE UMA OU MUITAS ROSAS, SEM ESQUECER O BAOBÁ.

Viver num mundo, que sendo grande ou pequeno, não permite diferenças, pois gravitam, orbitam e dão o equilíbrio necessário para seu sistema estelar, como o Sol se mistifica entre Mercúrio e Plutão, todos tendo uma função para tudo ajustar.

Se eu tenho um planeta que é imenso, provavelmente desconheço tudo que há, sendo calço de um sapato que só serve para um pé. E esqueço que o equilíbrio vem da ponte e não do muro, pois enquanto um me liga o outro me deixa inseguro. Pois separa o que nem vejo, nem convivo, mas desejo, pois é incrível o que podemos imaginar, que nos leve a algum lugar que dê razão ao existir.

Já num astro, sem espaço que me esconda um pedaço, me entedia por saber, que vou reacordar todos os dias tão similares, que me permitem ter apenas um ofício, que nem sei o benefício, pois todos os dias as tarefas são tediosas ou iguais.

Mesmo tendo baobás, que rebrotam sem parar, tenho que me acostumar com a rosa tão sozinha, que parece tão carente, mas se parece mesmo mesquinha, pois para existir por mais um lapso, precisa de quem lhe regue e dê carinho, lhe tornando responsável se faltar-lhe o sustento, mesmo que cativa ou cativante, seja de agora em diante como um filho que se eterniza.

E é por isso que podemos precisar de carneiros ou cabritos que nos ajudem a controlar os baobás que com o tempo ocuparão todo lugar, nos exigindo controlarmos o terreno em que a rosa é o rebento que eu tento cativar, pois tornei-me responsável pelo amor que quis lhe dar ou que juntos viemos a conquistar.

E na nossa correria pelos dias em busca do adubo, do regar e o mais tudo, corremos contra o tempo e não seguindo seu vagar, esquecendo quão perene são os corpos frágeis e pequenos, que contém nossos espíritos e modos de viajar, pois a imensidão do Cosmo não permite nossos translados apegados à matéria, mas ao que plantamos e regamos com exemplos para quem virá, pois só somos energia, que se condensa por uns dias para estarmos num lugar.

Se quisermos mesmo a viagem, pelo rio que não tem margem, teremos que enfrentar até as cobras e não só os carneiros, pois deixando o corpo inteiro é que iremos viajar, para encontrar as nossas rosas, nossos planetas ou satélites, de outros sóis pelo celeste infinito de estrelas a brilhar, despreocupados se era um chapéu ou um elefante que a jibóia veio jantar, mesmo sabendo que o elefante não tá no cardápio daquela cobra em que seu estômago não caberá.

E o avião vai viajando pelos desertos de areias e satélites, fazendo príncipes a cortejar, mesmo que seja um velho piloto desiludido com o guerrear, mas que se torna o responsável pelo que amou ao cultivar, pois juntos traçam o destino com a mesma direção do olhar, pois nos desertos só se busca um oásis, para com tâmaras e água, seguirem vivos com o alimentar, que sacia o corpo inteiro até o dia exato em que irão para outro lugar.

Por isso os adultos deveriam sempre olhar para suas juventudes, que lhes ensinam as atitudes de que demonstram o quão é tão breve, mas importante, nossa missão nesse lugar, sem esquecer que só floresce o que cativamos com amor, pois ficamos responsáveis até pelas feridas dos espinhos que nos trazem tanta dor, às vezes inflamando nossos corações com o temor, que deveríamos aprender com os pequenos príncipes, que suplantam tudo com fervor.

Pois seremos sempre príncipes de nossas vidas se aceitarmos tanto o odor das rosas, como a dor eventual de seus espinhos que ferem, no espaço diminuto que os baobás nos permitirem viver ou decolar em nossos singelos aviões que não aceitam mais a guerra e o desamor.


Publicado no Facebook em 27/12/2018