Homo-Entre-Mulier (Homulher ou Mulhomem)
Como nossa espécie aparece quando a vida já existe e findará sua existência quando a mesma vida ainda persistir, o devir ajuda a compreender o que somos, esse entre que é o meio que se faz diante do começo e do fim. Nossos conflitos e contradições fazem parte de nossa própria natureza. Chegar a um começo é não mais estar se fazendo e findar é deixar de ser. Nossa condição é sermos não-condicionantes e contribuirmos com o condicionado pela potência de vida que também habita em nós. Somos um Fora que precisa manter-se em suspensão. Hoje o caráter trans, a hibridização da espécie apenas retrata algo que já faz parte de nosso processo existencial. Não somos isso ou aquilo, somos isso e aquilo, ou nem isso e nem aquilo. E, e ou nem, nem. Nos definimos pelo não-ser. Seres indefinidos.